quinta-feira, 26 de julho de 2012

SANTA ANA MÃE DA VIRGEM MARIA MÃE DE DEUS

Várias vezes a Bíblia cita o nome de Maria, a mãe de Jesus. Ela teve um pai e uma mãe, mesmo que a Bíblia não cite os seus nomes. O que sabemos deles provém da tradição. Esta nos informa que os pais da Jovem de Nazaré foram Joaquim e Ana. A festa deles é celebrada no dia 26 de Julho. Na Bíblia aparecem três mulheres importantes com o nome de Ana: a mãe de Samuel (1Sm 1,20), a mãe de Tobias (Tb 1,9), e a profetisa Ana, que encontrou Jesus no dia de sua apresentação no templo (Lc 2,36-38).

Os nomes de Joaquim e Ana aparecem primeira vez já no século II no Proto-evangelho de São Tiago. Mas o culto desses dois santos começou a desenvolver-se a partir do século VI no Oriente e no século seguinte no Ocidente. Sua festa só foi introduzida no calendário litúrgico século XVI.
Segundo os evangelhos apócrifos, Ana era filha de um judeu nômade chamado Akar, da tribo de Levi, e de Santa Emerenciana. O casal Akar e Emerenciana teve além de Ana outra filha: Santa Esméria, mãe de Santa Isabel e avó de João Batista. Por isso Maria e Isabel eram primas (Lc 1,36). José de Arimatéia era seu tio materno. Uma tradição carmelitana afirma: “A três eremitas do Carmelo foi manifestado o significado da expressão ‘broto do tronco de Jessé’ (cf. Is 11,1-2): de Santa Emerenciana nascerão Santa Ana, mãe da Virgem Maria – da qual nascerá o Salvador, e Santa Esméria, mãe de Santa Isabel - da qual nascerá João Batista” (cf. P. Dorlandus. De vita S. Annae). Ana casou-se com Joaquim, que era da estirpe de Davi. Foram morar em Jerusalém, ao lado da piscina de Betesda (Jo 5), onde hoje se ergue a Basílica de Sant’Ana. Uma tradição atesta que Joaquim, nascido em Nazaré, era um homem muito virtuoso e rico. Durante muitos anos, Joaquim e Ana foram publicamente debochados por não terem filhos. É bom lembrar que, na época o não ter filhos era considerado uma punição de Deus. Um dia Joaquim foi humilhado no templo pelo sacerdote Ruben que recusou a oferta dele. O sacerdote ainda jogou em sua cara que era um amaldiçoado por Deus e lhe disse: “Você não tem o direito de ofertar, porque não gerou um filho sequer!” A reação de Joaquim foi ir para o deserto, jejuar e rezar durante 40 dias.
Ana ficou em Jerusalém chorando. Não deixou de rezar e pedir a Deus a graça de ter um filho. Um dia, enquanto rezava, um anjo apareceu para Ana e disse-lhe que Deus tinha atendido as suas preces. O anjo disse-lhe ainda para ir encontrar o seu marido que, em obediência a outro anjo, estava retornando para casa. Eles se encontraram em um local que a tradição chama de Porta Áurea. Na ocasião Ana prometeu que consagraria a Deus a criança que nascesse de seu seio. Aos 40 anos de idade, Santa Ana concebeu e deu à luz a uma menina, que recebeu o nome de Maria. Ana cumpriu a sua promessa e ofereceu Maria a serviço de Deus, no templo, quando ela tinha 3 anos.
De acordo com a tradição Ana e Joaquim viveram o tempo suficiente para ver o nascimento de Jesus. Joaquim morreu logo após ver o seu Divino neto Jesus, quando este foi apresentado no templo de Jerusalém. No entanto uma tradição conta que ele morreu bem antes do nascimento de Jesus. Há também a tradição de que Ana faleceu antes do casamento de Maria e foi sepultada em Jerusalém ao lado de seu esposo.
O grande teólogo São João Damasceno apresentava Joaquim e Ana como modelos de pais e esposos cujo principal dever era educar seus filhos.
Mas também podemos vê-los como modelo de fidelidade e confiança em Deus, como modelo de pessoas que rezam e colocam suas vidas nas mãos de Deus.
Santa Ana é invocada como protetora das mães e das mulheres que estão para dar a luz.
Em alguns países as mulheres, que tem dificuldade para engravidar, fazem novenas a Santa Ana para conseguirem ter filhos.

Desenvolvimento da devoção

O culto litúrgico de Santa Ana apareceu no sexto século no Oriente e no século seguinte no Ocidente. O imperador Justiniano construiu, em Constantinopla, uma igreja em honra de Santa Ana em torno do ano 550. Seu corpo foi trasladado da Palestina para Constantinopla em 710 e algumas de suas relíquias estão dispersas no Ocidente, como em Duren (Rheinland-Alemanha), em Apt-en-Provence, (França) e Canterbury (Inglaterra).
No século X a festa da concepção de Santa Ana era celebrada em Nápoles e se espalhou para Canterbury pelo ano 1.100 d.C. Desenvolveu-se até século XIV, quando o seu culto diminuiu pelo crescente interesse pela sua filha, a Virgem Maria. O culto a Santa Ana chegou a ser atacado por Martinho Lutero, especialmente as imagens com Jesus e Maria, um aspecto favorito dos pintores da Renascença. Em resposta, a Santa Sé estendeu a sua festa para toda a Igreja em 1584.
No Brasil Santa Ana é Padroeira de:
-       2 Arquidioceses: Botucatu e Feira de Santana;
-       6 Dioceses: Caicó, Goiás, Itapeva, Óbidos, Serrinha e Tianguá;
-       2 Prelazias: Coari e Itaituba;
-       16 catedrais: Barra do Piraí, Botucatu, Caetité, Caicó, Coari, Feita de Santana, Goiás, Iguatu, Itaituba, Itapeva, Mogi das Cruzes, Óbidos, Ponta Grossa, Serrinha, Tianguá e Uruguaiana, além de inúmeras paróquias e capelas.
-       1 Estado: Goiás;
-        e muitas cidades, com destaque para Barra do Piraí, Botucatu, Caetité, Caicó, Coari, Feita de Santana, Goiás, Iguatu, Itaituba, Itapeva, Mogi das Cruzes, Óbidos, Ponta Grossa, Serrinha, Tianguá e Uruguaiana.
-   Não se pode esquecer que também numerosas vilas e bairros levam o nome de Santana, como em São Paulo, onde inclusive há uma estação do metrô.

Oração a São Joaquim e Sant'Ana
  Ó Beatíssimos pais da Mãe de Deus, S. Joaquim e Sant’Ana, nós vos saudámos e bendizemos com devoção e amor. Alegramo-nos de todo o coração pela vossa glória e por aquele sublime privilégio pela qual Deus vos escolheu para serdes os pais da Mãe de Deus, Maria Santíssima. Rogai por nós a Jesus e a Maria para que nós os agrademos em tudo. Tende piedade de nós como os pais têm de seus filhos. Nós vos pedimos do fundo do coração para que intercedeis ao vosso divino Neto para que nos ajude na nossa caminhada e ilumine os nossos espíritos. Sede nossos consoladores na vida e na morte. Assisti-nos na nossa última agonia, para que dignamente recebamos os santos sacramentos da Igreja e, partindo deste mundo com o coração contrito, possamos chegar ao céu.

Fonte: http://ocarmelo.blogspot.com.br/2012/07/santa-ana-26-de-julho.html

segunda-feira, 16 de julho de 2012

JESUS, O FILHO ÚNICO DE MARIA


Um aspecto muito importante que deve ser esclarecido é sobre os “irmãos” de Jesus:
Os irmãos de Jesus, como fica claro pelo próprio texto bíblico, eram filhos de Alfeu e sua esposa, e não de José e Maria. Em diversos lugares o Evangelho fala desses “irmãos”. Assim, Marcos e Lucas referem que “estando Jesus a falar, disse-lhe alguém: ‘eis que estão lá fora tua mãe e teus irmãos que querem ver-te’” (Mt 12,46-47; Mc 3,31-32; Lc 8,19-20 e também em Jo 7,1-10).
Toda a pessoa que pergunte sobre os irmãos de Jesus somente revela a sua ignorância da própria Bíblia. Até porque as línguas hebraica e aramaica não possuem palavras que traduzam o nosso ‘primo’ ou ‘prima’, e serve-se da palavra ‘irmão’ ou ‘irmã’.
No Antigo Testamento encontramos e sobretudo em Gn 37,16; 42,15; 43,5; 12,8-14; 39,15), sobrinhos, primos irmãos (1 Par 23,21), e primos segundos (Lv 10,4) – e até ‘parentes’ em geral (Jó 19,13-14; 42,11). Há muitos exemplos nas Sagradas Escrituras. Lê-se no Gênesis que ‘Taré era pai de Abraão e de Harão, e que Harão gerou a Lot’ (Gn 11,27) que, por conseguinte, vinha a ser sobrinho de Abraão. Contudo, no mesmo Gênesis, mais adiante, chama a Lot ‘irmão de Abraão’ (Gn 13,3). “Disse Abraão a Lot: nós somos irmãos” (Gn 14,14). Jacó se declara irmão de Labão, quando, na verdade, era filho de Rebeca, irmã de Labão (Gn 29,12-15).
No Novo Testamento, fica claríssimo que os ‘irmãos’ de Jesus não eram filhos de Nossa Senhora. Os supostos ‘irmãos’ de Jesus são indicados por São Marcos: “Não é este o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão e não estão aqui conosco suas irmãs?” Tiago e Judas, conforme afirma S. Lucas, eram filhos de Alfeu e Cleófas: “Chamou Tiago, filho de Alfeu… e Judas, irmão de Tiago” (Lc 6,15-16). E ainda: “Chamou Judas, irmão de Tiago” (Lc 6,16).
Quanto a ‘José’, S. Mateus diz que é irmão de Tiago: “Entre os quais estava… Maria, mãe de Tiago e de José” (Mt 27,56). Em S. Mateus se lê: “Estavam ali (no calvário), a observar de longe…., Maria Mágdala, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu”. Essa Maria, mãe de Tiago e José, não é a esposa de S. José, mas de Cléofas, conforme S. João (19,25). Era também a irmã de Nossa Senhora, como se lê em S. João (19,25): “Estavam junto à Cruz de Jesus sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria (esposa) de Cléofas, e Maria de Mágdala”. Simão, irmão dos três outros, ‘Tiago, José e Judas’ são verdadeiramente irmãos entre si, filhos do mesmo pai e da mesma mãe. Alfeu ou Cléofas é o pai deles.
Da mesma forma, se Nossa Senhora tivesse outros filhos, ela não teria ficado aos cuidados de S. João Evangelista, que não era da família, mas com seu filho mais velho, segundo ordenava a Lei de Moisés. Eis um dilema sem saída para os protestantes, pois os ‘irmãos’ de Jesus são filhos de Maria de Cléofas e Alfeu.
Também decorre uma pergunta: Por que nunca os evangelhos chamam os ‘irmãos de Jesus’ de ‘filhos de Maria’ ou de ‘José’, como fazem em relação à Nosso Senhor? E por que, durante toda a vida da Sagrada Família, apenas conta-se três membros: Jesus, Maria e José?
Portanto, a própria Sagrada Escritura demonstra que os supostos ‘irmãos’ de Jesus são seus primos e não seus irmãos carnais. Sua afirmação de que o trecho de S. Mateus tem duas passagens, uma referindo-se à filiação carnal e a segunda à filiação espiritual fica sem sentido, visto que não conferem com o texto bíblico. Até porque o parentesco de sangue não é sequer mencionado pelos seus irmãos nas cartas que escreveram e que se encontram no Novo Testamento, indicando que não davam valor a isso. Ao invés disso, eles se dizem servos de Jesus Cristo.
Padre Bantu Mendonça