sábado, 30 de agosto de 2014

Maria e João Batista na vida de Jesus

Visitação de Maria a Isabel
A Virgem Maria e João Batista foram pessoas imprescindíveis na vida e na missão de Jesus Cristo.
Maria e João Batista na vida de Jesus
Visitação de Maria a Isabel
A Santíssima Virgem Maria e São João Batista tiveram suas vidas unidas entre si e com o Senhor Jesus Cristo, no desígnio da salvação, pela ação da graça de Deus, que é o próprio Espírito Santo. Logo no início da vida de João, ainda no ventre de sua mãe, estava presente a Mãe de Deus, com Jesus em seu ventre1. A visita da Virgem de Nazaré à sua prima Isabel marca o início de um vínculo único com Cristo, que diz respeito a João Batista e à toda a Igreja. Nossa Senhora, impelida pelo Espírito, leva Jesus no ventre para um encontro que marcaria as suas vidas. Tanto que, mal Isabel ouviu a saudação de Maria, João “pulou de alegria em seu ventre, e Isabel ficou repleta do Espírito Santo”2. A experiência foi tão forte e profunda que, inspirada pelo Espírito, a Prima antecipa a profecia do canto do Magnificat a respeito da “Bem-aventurada”3 Virgem Maria: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!”4 A Mãe do Senhor, por sua vez, antecipa o nome de João5 (Yehohanan), que significa Javé fez graça, fez misericórdia, na manifestação da graça do Espírito no ventre de sua mãe6, e na proclamação da misericórdia no Magnificat7.
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Depois da saudação de Maria, Isabel foi tomada de grande alegria e seu filho estremece de júbilo em seu ventre8. Mãe e filho vivem a verdadeira alegria, que vem do Espírito. “Lucas emprega o verbo grego skirtaô: dançar, significando o movimento elementar do menino. É o mesmo verbo que a Bíblia grega emprega em 2 Sm 6, 14, para referir-se à dança de Davi diante da Arca da Aliança. Maria é a nova Arca da Aliança, como anjo Gabriel a levou a compreender, e o pequeno profeta em gestação parece saltar de alegria pela aproximação do Senhor, de quem será o precursor”9. Dessa forma, realizou-se a profecia do Anjo a Zacarias a respeito de seu filho: “desde o ventre da mãe, ficará cheio do Espírito Santo”10.
Maria, a mulher “cheia de graça”11, cheia do Espírito Santo, ao saudar Isabel a faz também cheia do Espírito, bem como João, que ainda estava em seu ventre. “Pela vinda de Jesus, o Pentecostes, que começa em Maria12, tem continuidade em Isabel e João Batista”13, e posteriormente em Zacarias14. O menino expressa o Pentecostes de modo silencioso pelos movimentos que sua mãe sentiu15. Por sua vez, Isabel traz a primeira profecia do Novo Testamento a respeito da sua Prima e de Jesus16. Também invadida pelo Espírito, a Virgem de Nazaré profetiza o louvor das gerações17 e a obra da graça que vai estabelecer a justiça para os pobres e socorrer Israel, seu servo18. O Magnificat, a segunda profecia do Novo Testamento, expressa a experiência e a alma de Maria, em que tudo é adoração e ação de graças. Nele, a Virgem Maria não engrandece a si mesma, mas Deus19, e se faz a humilde serva do Senhor20.
A visitação de Maria a Isabel é o segundo Pentecostes, a segunda efusão do Espírito Santo no Novo Testamento e, ao mesmo tempo, a primeira comunicação do Cristo, que discretamente, no ventre de Maria, difunde a sua graça àquele que será o seu precursor. Fica evidente que a graça prometida a Zacarias aconteceu por meio desse encontro. A alegria prometida a Zacarias21 acontece primeiramente em João, que “saltou de alegria”22 no ventre de Isabel, e depois em sua mãe. A tradição interpretou este fato como um Batismo antes do tempo. João Batista foi liberto do pecado original antes de seu nascimento, por uma graça preveniente, ou seja, sem a decisão humana de acolher a graça. Por isso, a Igreja celebra o nascimento de João Batista, que veio ao mundo liberto do pecado original.
Ouça programa do Padre Paulo Ricardo sobre a “Natividade de São João Batista“:
Podemos estabelecer diversos paralelos entre a Virgem Maria e João Batista, que nos ajudam a compreender a ação da graça de Deus na obra da salvação dos homens. Da mesma forma que a fé de Maria recapitulou a expectativa de todo Povo de Deus, desde Abraão até os último dos pobres do Senhor, para dar à luz o Filho de Deus entre os homens, João concentrou em si as missões de todos os profetas e sacerdotes, para introduzir Jesus: o Profeta e Sumo Sacerdote da Nova Aliança. Maria colocou Jesus corporalmente no mundo; João introduziu-O profeticamente em sua missão. João suscitou a passagem da vida oculta para a pública e Maria obteve o primeiro milagre de Jesus, que em Caná começou o seu ministério e fundou a fé dos seus discípulos23. A encarnação do Verbo em Maria foi um admirável intercâmbio entre Deus e os homens: o Filho de Deus assumiu a vida humana para nos dar a sua vida divina. João também viveu um admirável intercâmbio, recebendo de Jesus a santificação precoce, como Maria recebera, ainda mais radicalmente, na sua Imaculada Conceição24. Maria gerou secretamente o corpo físico e místico do Verbo encarnado, e o Precursor o revelou publicamente25.
Assim, a Virgem Maria e João Batista participaram de forma determinante na primeira vinda de Jesus Cristo. Ambos receberam antecipadamente a graça do Espírito Santo, proporcionalmente à missão que lhes foi confiada no desígnio divino da salvação da humanidade. Ainda no ventre de Isabel, o Batista recebeu a efusão do Espírito, que o preparou para a missão de precursor do Senhor, de anunciador da vinda de Jesus. A partir da visitação de Maria, João recebeu a graça, que o conduziu para o deserto para anunciar a vinda do Senhor26. Como naquele tempo, somos convidados a acolher a visita da Santíssima Virgem, que quer nos dar esta mesma experiência do Espírito, para nos preparar para a segunda e definitiva vinda de Jesus Cristo27. Pois, como João Batista, nossa vocação é ser a “Voz de quem clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as veredas para ele”28, para preparar um povo convertido e bem disposto para a segunda vinda do Senhor. Todavia, somos os primeiros que devem viver, como João Batista, uma vida simples e austera, penitente e de íntima união com Deus. São João Batista e Nossa Senhora da Anunciação, rogai por nós!
Referências:
1 Cf. Lc 1, 39-56.
2 Lc 1, 41.
3 Lc 1, 48.
4 Lc 1, 42.
5 Cf. Lc 1, 63.
6 Cf. Lc 1, 44.
7 Cf. Lc 1, 54.
8 Cf. Lc 1, 41.
9 LAURENTIN, René. João Batista: o precursor do Messias. 3ª ed. São Paulo: Paulinas, 2007, p. 19.
10 Lc 1, 15.
11 Lc 1, 28.
12 Cf. Lc 1, 35.
13 LAURENTIN, René. Op. cit., p. 20.
14 Cf. Lc 1, 67.
15 Cf. Lc 1, 44.
16 Cf. Lc 1, 42-45.
17 Cf. Lc 1, 48.
18 Cf. Lc 1, 52-54.
19 Cf. Lc 1, 47.
20 Cf. Lc 1, 48.
21 Cf. Lc 1, 14.
22 Lc 1, 44.
23 Cf. Jo 2, 1ss.
24 Imaculada Conceição: em 8 de dezembro de 1854 o Papa Pio IX, na Bula Ineffabilis Deus, declarava dogma de fé a doutrina segundo a qual a Mãe de Deus foi concebida sem mancha do pecado original por um especial privilégio divino.
25 Cf. Lc 3, 16.
26 Cf. Lc 3, 3-4.
27 1 Tes 5, 23.
28 Mc 1, 3; Lc 3, 4; cf. Is 40, 3.

Fonte Canção Nova
Natalino Ueda é brasileiro, católico, missionário da Comunidade Canção Nova, formado em Filosofia e Teologia. Atualmente é produtor de conteúdo e fotógrafo do portal cancaonova.com. Na consagração a Virgem Maria descobriu um caminho mais fácil, rápido, perfeito e seguro para chegar a Jesus Cristo. Desde então, ensinar a outros esse caminho "a Jesus por Maria" é o seu maior apostolado.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Como podemos ser irmãos e mães de Cristo?

Saiba o que a Palavra de Deus quer dizer com ser irmãos e mães de Jesus Cristo.
Como podemos ser irmãos e mães de Cristo
Maria, Mater Ecclesiae
No pensamento de Santo Agostinho, podemos ser aquilo que Jesus Cristo nos disse no Evangelho: “Eis aqui minha mãe e meus irmãos”. Esta realidade espiritual é possível, pois disse o Senhor: “Porque todo aquele que ouve e faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão e mãe”. Entender como ser irmãos de Jesus é mais fácil, pois quando Ele nos fala de seus irmãos e irmãs, lembra-nos que a “herança incorruptível” à qual, por sua misericórdia, somos chamados é uma só: o Reino dos Céus. Sendo Jesus o Filho único de Deus, não quis estar sozinho, mas quis que fôssemos herdeiros do Pai e seus co-herdeiros. Dessa forma, compreendemos que somos chamados a ser homens e mulheres santos e fiéis, que fazem a vontade do Pai, a ser os verdadeiros irmãos e irmãs de Jesus. Mas, como entender que somos também chamados a ser mães de Cristo?
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Não obstante, somos chamados a ser irmãos e mães de Jesus, por isso ousemos chamar-nos seus irmãos e também mães de Jesus. Pois, não ousemos negar ou duvidar daquilo que o Senhor nos disse. Isso significa que, para prosseguir na compreensão da Palavra de Deus é necessário o pressuposto da fé. Foi com uma atitude de fé que a Virgem de Nazaré acolheu o anúncio do Anjo, embora não houvesse compreendido como ser daria o que lhe fora dito, e é com esta mesma atitude que precisamos nos colocar diante do mistério da maternidade espiritual.
Aquilo que dizemos da Virgem Maria pode também ser dito da Igreja, pois ela foi a sua imagem e prefiguração. Como Nossa Senhora, a Igreja é, ao mesmo tempo, esposa e mãe de Cristo. Maria é Mãe de Cristo no sentido de que é Mãe do Filho de Deus e também Mãe dos membros do Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja. Nós somos membros do Corpo de Cristo, por isso, temos Maria por Mãe. A Igreja se assemelha a Maria, porém não é Mãe do Verbo Encarnado, mas é mãe dos membros do Corpo de Cristo. Quem nos deu à luz espiritualmente? “A Mãe Igreja! Esta santa e honrada mãe, semelhante a Maria, dá à luz e é virgem!” Dessa forma, como a Virgem Maria, a Igreja é também nossa mãe.
Assista vídeo do Play Canção Nova sobre “Santo Agostinho, grande Bispo e Doutor da Igreja“:
Somos membros do Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja, por isso temos a maternidade espiritual como vocação. A respeito desta vocação, nos fala Agostinho de Hipona: “Ó membros de Cristo, procriai pois em espírito, imitando a Maria, que deu à luz em seu ventre, e assim sereis mães de Cristo. […] Vós vos fizestes filhos, ao receber o Batismo. Nascestes, então, como membros de Cristo. Levai ao Batismo quantos vos for possível, para que, assim como vós vos fizestes filhos ao nascer (para a graça), vos façais também mães de Cristo, cooperando no nascimento (espiritual) de muitos”. Porém, não nos esqueçamos que a maternidade da Santíssima Virgem precede a maternidade espiritual da Igreja.
Assim, existe uma continuidade direta entre a maternidade da Virgem Maria e a da Santa Igreja. A maternidade de Maria leva àquela que se exerce na Igreja. Trata-se de uma só e mesma maternidade, que se realiza em Maria e na Igreja. Como a segunda é realizada em continuidade com a primeira, a maternidade de Maria é fundamental e decisiva para a maternidade da Igreja. Pois, em Maria e pela Igreja somos gerados membros do Corpo de Cristo e irmãos de Jesus. E, como membros do Corpo de Cristo, que é a Igreja, somos também mães e somos chamados a gerar, sempre mais, novos irmãos e mães de Cristo. Nossa Senhora, Mãe da Igreja, rogai por nós!


Fonte Canção Nova
Natalino Ueda é brasileiro, católico, missionário da Comunidade Canção Nova, formado em Filosofia e Teologia. Atualmente é produtor de conteúdo e fotógrafo do portal cancaonova.com. Na consagração a Virgem Maria descobriu um caminho mais fácil, rápido, perfeito e seguro para chegar a Jesus Cristo. Desde então, ensinar a outros esse caminho "a Jesus por Maria" é o seu maior apostolado.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Maria, a Fôrma de Deus

A Virgem Maria é a Fôrma de Deus, na qual são moldados os santos.


Nossa Senhora de Czestochowa,
padroeira da Polônia. 
A Santíssima Virgem Maria é a Fôrma de Deus, em latim forma Dei, na qual os santos são moldados.

Nossa Senhora é um lugar santo, o Santo dos Santos, onde os santos são formados e moldados à imagem e semelhança de Deus. “Santo Agostinho chama a Santíssima Virgem ‘Fôrma de Deus’, Fôrma própria para formar e moldar deuses: ‘Sois digna de ser chamada Fôrma de Deus’.

Aquele que é lançado nesta Fôrma Divina depressa é formado e moldado em Jesus Cristo e Jesus Cristo nele. Facilmente e em pouco tempo será transformado em Deus, divinizado, pois é lançado no próprio molde que formou um Deus”.

São Luís Maria nos ajuda a compreender a doutrina de Agostinho, ensinando-nos como os santos são moldados em Maria, a partir das duas formas que um escultor faz uma imagem: “1º) servindo-se de seu engenho, de sua fora, de sua ciência e dos instrumentos adequados para fazer essa figura de uma matéria dura e informe; 2º) pode lançá-lo numa forma. A primeira é demorada e difícil, e sujeita a muitos acidentes: muitas vezes basta um golpe de cinzel ou de martelo mal dado para estragar toda a obra. A segunda é rápida, fácil e suave, quase sem trabalho e sem esforço, contanto que o molde seja perfeito e reproduza o original, e que a matéria de que se serve, fácil de se manipular, não resista de maneira alguma à sua mão”. Maria é este molde perfeito, que produz os santos, imagens perfeitas de Jesus Cristo. Porém, só se lança na Fôrma o que está fundido e líquido, ou seja, devemos destruir e fundir em nós o velho Adão, para que em Maria transformemo-nos no novo Adão, que é Jesus Cristo.

Nossa Senhora formou Jesus Cristo, o Chefe dos predestinados, e ela também deve “formar os membros desse Chefe, que são os verdadeiros cristãos; pois uma mãe não forma a cabeça sem os membros, nem os membros sem a cabeça”. Se queremos ser membros de Jesus Cristo, cheios de graça e de verdade, devemos ser formados em Maria, por meio da graça que nela habita em toda a plenitude. Maria é o molde vivo de Deus e dos santos. A Mãe da Igreja é chamada por Santo Agostinho, e é em verdade, o molde vivo de Deus. Pois, “foi nela somente que Deus feito homem foi formado ao natural, sem que lhe falte nenhum traço da Divindade; e é também somente nela que o homem pode ser formado em Deus ao natural, tanto quanto a natureza humana é disso capaz, pela graça de Jesus Cristo”.

Luís de Montfort compara os diretores espirituais e as pessoas devotas que querem formar Jesus Cristo em si ou nos outros por meio de práticas diferentes da devoção que ensina a escultores que, confiando em suas habilidades, diligência e arte, dão vários golpes de martelo e cinzel numa pedra dura ou num pedaço de madeira mal polida, para fazer uma imagem de Jesus Cristo. Estes, “às vezes não conseguem representar Jesus Cristo ao vivo, quer por falta de conhecimento e experiência da pessoa de Jesus, quer por causa de um golpe mal dado, que estragou a obra”. Mas, os que abraçam este segredo de graça, que é a consagração a Virgem Maria, são comparados, com razão, a “fundidores e moldadores que acharam a Fôrma tão bela de Maria, na qual Jesus Cristo foi natural e divinamente formado. Não confiando na sua própria habilidade, mas unicamente na excelência da Fôrma, lançam-se e perdem-se em Maria, para se tornarem o retrato vivo de Jesus Cristo”.

Assim, conclui São Luís Maria: “Ó bela e verdadeira comparação! Mas quem a compreenderá? Desejo que sejas tu, meu querido irmão. Mas lembra-te que só se lança na fôrma o que está fundido e líquido. Isto quer dizer que deves destruir e fundir em ti o velho Adão, para que em Maria te transformes no novo”. A Santíssima Virgem “Maria é o grande molde de Deus, feito pelo Espírito Santo, para formar ao natural um Homem-Deus pela união hipostática, e para formar um homem Deus pela graça. Não falta a este molde nenhum traço da divindade; quem quer que nele se deixe manejar, nele recebe todos os traços de Jesus Cristo, verdadeiro Deus, duma maneira suave, proporcionada à fraqueza humana, sem muito trabalho e agonia; duma maneira segura, sem temor de ilusão, pois o demônio nunca teve e jamais terá acesso até Maria, santa e imaculada, sem sombra da menor mancha de pecado”. Feliz da alma “bem manejável, bem desligada, bem fundida, e a qual, sem nenhum apoio em si mesma, se lança em Maria, e aí se deixa manejar pela operação do Espírito Santo!” Como é pura, divina e semelhante a Jesus Cristo a alma moldada na Fôrma de Deus! Nossa Senhora de Czestochowa, rogai por nós! Santo Agostinho, rogai por nós!

Fonte Canção Nova

Autor: Natalino Ueda é brasileiro, católico, missionário da Comunidade Canção Nova, formado em Filosofia e Teologia. Atualmente é produtor de conteúdo e fotógrafo do portal cancaonova.com. Na consagração a Virgem Maria descobriu um caminho mais fácil, rápido, perfeito e seguro para chegar a Jesus Cristo. Desde então, ensinar a outros esse caminho "a Jesus por Maria" é o seu maior apostolado.

Maria, mãe de Jesus, consoladora dos aflitos

Fotografia retirada da internet
Meu nome é Alda Sousa, sou da Comunidade Obra de Maria há 18 anos.

Estou aqui a convite da minha co-fundadora para pregação, e como Nossa Senhora também disse sim, e eis-me aqui. A primeira missão da Virgem Maria era ser mãe. Mãe de Deus e mãe de toda humanidade.

“Maria, mãe de Jesus, consoladora dos aflitos”

No meu primeiro retiro com 15 anos, no interior do Pernambuco na cidade de Pesqueira Deus já ali tinha um desígnio a meu respeito. Ali foi a minha primeira experiência com a Virgem Maria. Ali eu senti um profundo amor de mãe.

Eu tomei posse que assim como a Virgem Maria cuidou de Deus, ela cuidava de mim. A partir desse momento eu buscava ser de Deus por inteiro. Após 3 anos veio o convite do Gilberto para iniciarmos a Comunidade Obra de Maria.

Quanto mais conhecemos Nossa Senhora, mais descobrimos a sua beleza e sua riqueza.


Na Anunciação, de fato, Maria entregou-se a Deus completamente, manifestando “a obediência da fé” Àquele que lhe falava, mediante o seu mensageiro, prestando-lhe o “obséquio pleno da inteligência e da vontade”.  Ela respondeu, pois, com todo o seu “eu” humano e feminino. Nesta resposta de fé estava contida uma cooperação perfeita com a “prévia e concomitante ajuda da graça divina” e uma disponibilidade perfeita à ação do Espírito Santo, o qual “aperfeiçoa continuamente a fé mediante os seus dons.

CARTA ENCÍCLICA  REDEMTORIS MATER  DO SUMO PONTÍFICE  JOÃO PAULO II Não tenham medo de amar a Virgem Maria e assumi-la como mãe. Deus precisou do sim da Virgem Maria.

Maria que nos visitar nesta manhã! Maria quando vem ao nosso encontro ela não vem sozinha, ela vem acompanhada pelo Espírito Santo!

 O Espírito santo de Deus é o único que nos revela todas as coisas. Maria estava repleta da graça de Deus. Maria quer gerar em nós o Salvador.

Deus só se revela no coração que se faz pequeno, no coração que se faz humilde. Só humildes reconhecem que precisam de uma mãe. Só os humildes tem a capacidade de entender o que Deus quer realizar através da Virgem Maria.


"Não tenham medo de amar a Virgem Maria e assumi-la como mãe."
Foto: Wesley Almeida/Cancaonova.com
Desejo do fundo do meu coração que Nossa Senhora te visite hoje. Deus tem permitido Maria vir nos visitar do céu. Quero destacar aqui a aparição de Nossa Senhora em Fátima-Portugal. É um grande sinal de Deus, Nossa Senhora de Fátima aparecer para 3 crianças. Ela qualquer dizer que só os humildes, só quem tiver um coração de criança é capaz de acolher a Virgem Maria.

Nossa Senhora vem dizer para aquelas 3 crianças: “Não tenhais medo! Não vos farei mal! Querei oferecer-vos a Deus? Temos muito que sofrer, mas a graça de Deus estará conosco."

Hoje Nossa Senhora pergunta para nós seus filhos: Quereis oferecer-vos a Deus? Saiba que a graça de Deus está convosco. A graça de Deus é nosso amparo e nosso sustento. Nossa Senhora vem dizer para nós rezem o santo rosário. É pela oração que vamos cada vez mais para perto de Deus. Não temas! A graça de Deus estará contigo!



Oração de São Bernardo (Lembrai-vos)

Lembrai-Vos, oh! puríssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à Vossa proteção, implorado a vossa assistência e reclamado o vosso socorro, fosse por vós desamparado. Animado eu, pois, com igual confiança, a Vós, Virgem entre todas singular, como a Mãe recorro, de Vós me valho e gemendo sob o peso de meus pecados me prostro a vossos pés. Não desprezeis as minhas súplicas, oh! Mãe do Filho de Deus humanado, mas dignai-Vos de as ouvir propícia e de me alcançar o que vos rogo. Amém.


Fonte Canção Nova
Alda Sousa – da Comunidade Obra de Maria há 18 anos.
Transcrição e Adaptação: Cristiane Viana

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Nos braços da Mãe de Deus

Devemos permanecer nos braços da Mãe de Deus, é desta forma que devemos caminhar: com Jesus no coração e nos braços de Nossa Senhora. Porque o Pai do Céu quer que seja assim, pois quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho por meio de uma mulher, uma mulher especial, que foi escolhida entre todas as mulheres. Escolhida porque tudo em Maria estava puro, para que O Puro pudesse encontrar um lugar para nascer.

O que Maria fez senão cuidar de Seu Filho? E o que uma mãe faz a não ser cuidar de seu filho?

Quando Maria disse "sim", o Espírito Santo desceu e Jesus se encarnou em seu ventre, pois Jesus é Deus, e só podia vir de Deus. Aqui na Comunidade Canção Nova temos várias mães, e eu percebo o cuidado delas com os filhos que ainda estão em seus ventres, e com Maria não foi diferente, ela cuidou bem de Jesus, teve todo o cuidado com Ele durante trinta anos, até o momento em que Jesus foi cumprir sua missão e morrer na Cruz. Maria Santíssima merece o nosso respeito e o nosso amor, não mais respeito e amor que Deus, mas ela tem seu lugar, lugar que Deus reservou.

Mesmo com todas as dificuldades o Menino Jesus nasceu, e ela cuidou e protegeu o Filho de Deus. A proteção materna que cuida, que não quer perder seu Filho, pois Ele é o Salvador, e o Salvador precisou dos cuidados de uma mulher, pois o Pai do Céu desejou que fosse assim. Estou falando isso para que você se deixe cuidar por Nossa Senhora, e quero pedir para todos os cristãos que deixaram de rezar o terço, que volte a rezar.

É hora de voltarmos e pedirmos que a Mãe de Deus cuide de nós, pois Maria não quer outra coisa senão nos proteger. Leve Nossa Senhora para sua casa, e não importa o título que ela traga, o importante é que você leve a Mãe de Deus para sua família.

Usem as medalhas de Nossa Senhora, eu uso o escapulário para me lembrar que a Mãe está comigo, pois se o Filho está comigo a Mãe também está comigo, e eu digo para as mães: coloquem em seus filhos uma medalha de Nossa Senhora como um sinal de que seu filho é cuidado pela Virgem Maria. Você quer que seu filho cresça em sabedoria e em graça como Jesus? Então entregue seu filho aos cuidados da Mãe de Deus, pois foi sobre os cuidados de Maria que Jesus cresceu.

Você que esta na rua, no metrô, ou na roça, cuidando dos bois e tirando leite das vacas, vai rezando o seu terço e contemplando os mistérios da vida do Salvador. Você jovem que está sendo assolado nas universidades e querem tirar Jesus do seu coração, reze o terço. Reze seu terço, você que é fiel, pelos sacerdotes pois estamos vivendo tempo difíceis, pelo amor de Deus rezem pelos sacerdotes em vez de falar mal, se vocês desejam padres santos, nos recomende a Santa Mãe de Deus. Peça para a mãe de Deus que façamos boas homilias e realizemos bem todos os sacramentos, e peçam a Mãe de Deus para que possamos dar verdadeiros testemunhos de fé, e na hora que apertar sejamos sacerdotes com coragem de anunciar a Palavra com discernimento e sem medo.

E vocês que são casados, rezem. Maridos recomendem suas esposas a Nossa Senhora, esposas recomendem seus maridos a Nossa Senhora, filhos recomendem seus pais, pais recomendem seus filhos a Nossa Senhora. No início deste ano recomende a sua família a Nossa Senhora.

Se você quer aprender a ser de Jesus, aprenda a ser de Maria, pois durante trinta anos ela ensinou Jesus a ser Jesus. Deixe-se ser cuidado por Maria, toda criança precisa ser vigiada, ser cuidada por sua mãe, e como nos somos ainda crianças, precisamos ficar nos braços de Nossa Senhora.

Quero terminar falando para aqueles que abandonaram a Igreja e que estão em dúvida porque acham que falamos demais de Nossa Senhora. Quero dizer que não falamos não, nós falamos pouco e deveríamos falar muito mais de Nossa Senhora.


Padre José Augusto
Transcrição e adaptação: Carlos Eduardo
Fonte Canção Nova

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

A Santíssima Virgem é Mãe de Deus

Que graça, para nós, contemplar este mistério da Encarnação, que fez da Virgem Maria a Mãe de Deus!
Muitos dizem que Maria é apenas mãe da pessoa humana de Jesus, uma mãe como outra qualquer e que, por isso, não há razão em cultuá-la. Esta concepção de que Maria seria apenas mãe de Jesus feito homem, defendida por Nestório, foi condenada no Concílio de Éfeso, o qual afirmava que Maria é Theotokos, isto é, Mãe de Deus.  

Essa heresia, conhecida como nestorianismo, atinge a verdade sobre Jesus Cristo, o Filho de Deus feito homem, verdade fundamental do Cristianismo. Pergunto: quem foi que morreu por nós na cruz? Foi unicamente a pessoa humana de Jesus? Se admitíssemos que existem duas pessoas – a divina e a humana – de Jesus e que foi a pessoa humana d'Ele que nasceu da Virgem Maria, então seríamos obrigados a admitir também que foi somente Sua pessoa humana que morreu na cruz. Portanto, a morte de Jesus não teria nenhum valor, pois foi simplesmente um homem que morreu na cruz.


"Todos nós precisamos da presença ativa de Maria em nossa vida", ensina monsenhor Jonas
Graças a Deus, a verdade não é essa! A única pessoa do Filho de Deus assumiu a natureza humana no seio da Virgem Maria e essa única pessoa, agora Deus e Homem, foi à cruz e por nós morreu. Sua morte teve valor, porque a única pessoa de Jesus é que foi à cruz. Ele sofreu e morreu na Sua natureza humana, na Sua carne. Mas essa natureza humana pertence à única pessoa divina de Jesus, que assumiu a carne no ventre da Virgem Maria. Com essa carne, Ele vai à cruz; com esta natureza humana, Ele derrama o Seu Sangue.  

Mas Ele é uma única pessoa – pessoa de Jesus, Deus e homem que morre na cruz e nos salva. Fomos salvos pela cruz, pela morte, pelo Sangue de Jesus, porque o Filho de Deus assumiu natureza humana no ventre de Maria. O Filho de Deus tem natureza humana: Ele é Homem, tem corpo, carne, sangue; sofre, padece dores. Por isso que esta única pessoa do Filho de Deus pôde morrer na cruz. E morreu livremente por nós. Por isso, fomos salvos.

Quem morreu na cruz não foi um simples homem, foi o Filho de Deus. Se, simplesmente, o Homem Jesus tivesse morrido na cruz, seria somente mais um homem morrendo. Naquele tempo, muitos judeus morriam na cruz. O povo estava acostumado a ver aquele espetáculo. Jesus não foi o único a ser crucificado. Não foi a morte na cruz que nos salvou, porque, se apenas um mero mortal tivesse morrido nela, a história da humanidade não teria sido mudada. Mesmo que morresse voluntariamente, mesmo que morresse por amor. Seria uma pessoa humana morrendo na cruz. A grande diferença é que o Filho de Deus, que assumiu a natureza humana no ventre de Maria, derramou Seu Sangue e morreu por nós. Pôde salvar-nos porque era um Deus padecendo, sofrendo, derramando Sangue, voluntariamente. Morrendo por nossa causa, morrendo em nosso lugar. Por isso, todos nós precisamos da presença ativa de Maria em nossas vidas. A Santíssima Virgem é Mãe de Deus.

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

A devoção Maria e a nossa vocação


A necessidade da devoção a Virgem Maria aos vocacionados a uma perfeição de vida.
A devoção Maria e a nossa vocaçãoSão Luís Maria nos ensina que a devoção a Virgem Maria é especialmente necessária àquelas pessoas que são vocacionadas a uma particular perfeição de vida. A devoção a Santíssima Virgem é necessária a todos nós para conseguirmos a salvação. Deus nos criou para a salvação1 e nos chamou para a santidade2. Todos na Igreja, o Santo Padre, os Bispos, os Sacerdotes, os Diáconos, os religiosos e as religiosas, e os demais membros do Povo de Deus, “são chamados à santidade”3, segundo a palavra do Apóstolo dos Gentios: “esta é a vontade de Deus, a vossa santificação”4. Todavia, a devoção a Maria é ainda muito mais necessária àqueles que são chamados a uma perfeição particular de vida5.
Montfort explica-nos esta necessidade da devoção mariana àqueles que buscam a perfeição: “Não creio mesmo que alguém possa atingir uma íntima união com Deus e uma perfeita fidelidade ao Espírito Santo, sem uma união muito grande com a Santíssima Virgem e sem uma grande dependência do seu patrocínio”6. Maria é necessária porque só ela encontrou graça diante de Deus sem o auxílio de qualquer outra criatura7. “Todos os que acharam graça diante de Deus desde então, só por seu intermédio a acharam, e também só por Ela a encontrarão todos os que ainda hão de vir”8. Por isso, se a exemplo dos santos queremos alcançar a santidade, que é a perfeita configuração a Cristo, não há outro caminho senão a Bem-aventurada Virgem Maria.
A Virgem de Nazaré estava cheia de graça quando foi saudada pelo arcanjo São Gabriel9, e recebeu a plenitude superabundante de graça quando o Espírito Santo a cobriu com a sua sombra inefável10. De tal modo essa dupla plenitude foi aumentando dia a dia, momento a momento, que
a sua alma atingiu um grau imenso e inconcebível de graça. Por isso, Altíssimo fez de Maria a única tesoureira dos Seus tesouros e a única dispensadora das suas graças. Deus a enriqueceu com tesouros de graças para que ela possa enobrecer, elevar e enriquecer a quem lhe aprouver e fazer entrar no caminho estreito do Céu quem Ela quiser. O Senhor deu a Mãe da Igreja a autoridade para fazer passar, apesar de tudo, quem Ela quiser pela porta estreita11 da vida e para dar a quem ela bem entender o trono, o cetro e a coroa de rei. Pois, “Jesus é, em toda a parte e sempre, o fruto e o filho de Maria; e Maria é, por toda a parte, a verdadeira árvore que dá o fruto da vida, e a verdadeira mãe que o produz”12.
Deus confiou só para Maria “as chaves dos celeiros do Divino Amor13 e o poder de entrar nos caminhos mais sublimes e mais secretos da perfeição, bem como de neles fazer entrar os outros”14. Por isso, “só Maria dá aos miseráveis filhos da infiel Eva a entrada no Paraíso Terrestre para aí passearem aprazivelmente com Deus15, para aí se esconderem dos seus inimigos, para aí comerem o alimento delicioso – já sem temer a morte – do fruto das árvores da vida e da ciência do bem e do mal16, e beberem a grandes tragos as celestes águas da bela fonte que aí jorra abundantemente”17. A própria Virgem Maria é esse “Paraíso Terrestre, essa Terra virgem e abençoada de onde Adão e Eva culpados foram expulsos”18, e só acolhe em si aqueles e aquelas que lhe apraz, para os tornar santos.
A devoção, o auxílio e a proteção da Santíssima Virgem é ainda mais necessária aos Sacerdotes, para a sua vida e ministério. Se os Sacerdotes da Antiga Aliança já eram chamados a uma santidade exemplar19, mais ainda devem ser santos aqueles que participam do ministério sacerdotal de Cristo, Sumo Sacerdote da Nova Aliança20. A respeito da dignidade sacerdotal e da consequente exigência da santidade do ministro ordenado, diz São Tomás de Aquino: “pela Ordem sacra, o clérigo é consagrado aos ministérios mais dignos que existem, nos quais ele serve o Cristo no Sacramento do altar, o que exige uma santidade interior muito maior do que a exigida no estado religioso”21. Sendo chamados a uma eminente santidade de vida em vista da dignidade de sua vocação, os Sacerdotes devem, muito mais do que os outros membros do corpo de Cristo, nutrir particular devoção a Imaculada Virgem Maria. Além disso, todo Padre é um dom de Deus para toda a Igreja, por isso temos o dever de zelar pela santidade dos Sacerdotes, de cuidar deles e ajudar para que eles tenham uma vida exemplar. Devemos também rezar pela santificação do clero, confiando os Sacerdotes a Virgem Maria.
Assim, a todos que querem a salvação e especialmente as pessoas que querem alcançar uma particular perfeição de vida, devem nutrir uma ardente devoção a Santíssima Virgem Maria. Por isso, “todos os ricos do povo suplicarão a Vossa face pelos séculos afora”22, principalmente no fim dos tempos. Isto significa que “os maiores santos, as almas mais ricas em graça e em virtudes serão as mais assíduas em orar à Santíssima Virgem e em a ter sempre presente, como o perfeito modelo que desejam imitar e o poderoso auxílio que as pode socorrer”23. Tendo em vista a necessidade da sua devoção para alcançarmos a santidade, nos consagremos de todo coração a Nossa Senhora, para experimentar desde já o “Paraíso Terrestre” e nele alcançar a perfeição e a salvação. Nossa Senhora, Nova Eva, rogai por nós!
Referências:
1 1 Tes 5, 9.
2 1 Pd 1, 15.
4 1 Tes 4, 3; cf. Ef. 1, 4.
Virgem Maria. Anápolis: Fraternidade Arca de Maria, 2002, 43.
6 Idem, ibidem.
7 Cf. Lc 1, 30.
8 SÃO LUÍS MARIA GRIGNION DE MONTFORT. Op. cit., 44.
9 Cf. Lc 1, 28.
10 Cf. Lc 1, 35.
11 Mt 7, 13; Lc 13, 24.
12 SÃO LUÍS MARIA GRIGNION DE MONTFORT. Op. cit., 44.
13 Cf. Ct 1, 3.
14 SÃO LUÍS MARIA GRIGNION DE MONTFORT. Op. cit., 45.
15 Cf. Gn 3, 8.
16 Cf. Gn 2, 17.
17 SÃO LUÍS MARIA GRIGNION DE MONTFORT. Op. cit., 45.
18 Idem, ibidem.
19 Lv 21, 5-6.
20 Heb 8, 1-13.
21 SANTO TOMÁS DE AQUINO, Suma Teológica, II-II, q.184, a.8., Resp.
22 Sl 44, 13.
23 SÃO LUÍS MARIA GRIGNION DE MONTFORT. Op. cit., 45; explicação de São Bernardo do Salmo 44.

Natalino Ueda é brasileiro, católico, missionário da Comunidade Canção Nova, formado em Filosofia e Teologia. Atualmente é produtor de conteúdo e fotógrafo do portal cancaonova.com. Na consagração a Virgem Maria descobriu um caminho mais fácil, rápido, perfeito e seguro para chegar a Jesus Cristo. Desde então, ensinar a outros esse caminho "a Jesus por Maria" é o seu maior apostolado.

Fonte Canção Nova

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

As sete virtudes de uma mulher de Deus


Conheça e busque cultivar,  no seu cotidiano, sete virtudes que uma mulher de Deus precisa ter
A mulher é um dom de Deus para a humanidade. Quanto mais assumirmos essa verdade, mais eficazes seremos em nossa missão. São muitas as tarefas que enfrentamos durante o dia: trabalhar, estudar, namorar, cuidar da casa, dos filhos, do marido e assim por diante. Como realizar tudo isso sendo presença de Deus nesses meios? É essencial ter uma vida de oração para ouvir os direcionamentos do Senhor e responder essa pergunta. A intimidade com Ele concederá à mulher as virtudes necessárias para ser uma extensão do seu amor em tudo que ela for realizar.

Cito sete virtudes que precisamos cultivar como mulheres de Deus:
1. Temor a Deus: Uma pessoa temente ao Senhor em tudo procura colocá-Lo em primeiro lugar e no centro de sua vida. “São muitas as mulheres de valor, mas tu ultrapassaste a todas! O encanto é enganador e a beleza passageira, a mulher que teme o Senhor, essa sim, merece elogios!” (Provérbios, 31, 29-30).
2. Humildade: Ser uma mulher humilde não é tão fácil quanto parece, porque não existe outra forma de alcançar essa virtude se não for por meio de humilhações. Mas, afinal, quem gosta de ser humilhado? O orgulho nos impede de viver o Evangelho de Jesus, o qual nos ensina a “lavar os pés” dos outros. Aprendi que a humildade é a única base sólida de todas as virtudes. Portanto, se ela é a base, precisamos aprender a acolher as humilhações e transformá-las em salvação. Pensar no outro em primeiro lugar, engolir a resposta que ferirá, servir sem esperar nada em troca, ou seja, ser uma discípula de Jesus.
3. Silêncio: Nós gostamos de conversar muito, mas eu me refiro a um silêncio interior capaz de ouvir a voz de Deus. Silêncio fecundo que purifica a palavra antes de ela ser pronunciada e, assim, ajuda construir o outro e não o destruir. “Ouve, ó filha, vê e inclina o ouvido (…)” (Sl 45,11). É fundamental aprender a ouvir Deus e o próximo. “Mulher sensata e silenciosa é dom do Senhor e nada é comparável à pessoa bem educada.” (Eclo 26,18).
4. Domínio de si: Aprender a dominar-se não é perder a sua personalidade, mas sim aprender a falar na hora e com as palavras certas. Agir por impulso não é uma forma sábia de viver. Quantas vezes colocamos tudo a perder por não sabermos calar? O autodomínio nasce do silêncio que nos impede de agir prontamente. A mulher virtuosa não é frágil, mas cheia de sabedoria e doçura, porque domina suas paixões.
5. Castidade: A mulher casta é aquela capaz de purificar os relacionamentos entre o homem e a mulher, não somente no casamento, mas em todas as relações. A maneira de se vestir, falar, agir e até mesmo de se relacionar exige castidade. A sensualidade deturpa por completo a pureza de uma mulher de Deus. Portanto, seja firme com você mesma e depois com seu namorado ou marido para que essa virtude seja uma marca positiva em você.
6. Ternura: Aprendi com a autora Jo Croissant que a ternura é o amor que se manifesta além das palavras, por meio de um gesto, um carinho, um olhar, uma presença amorosa. Derrete o que é duro, esquenta o que é frio, fortifica o que é fraco e cura o que está ferido. Não queira se impor com uma postura grossa de ser, não vale a pena! Afinal, como é agradável estar perto de uma mulher terna e doce!
7. Sabedoria: A sabedoria não é alcançada por esforço humano, mas uma graça de Deus. A mulher sábia é aquela que luta para viver todas as virtudes citadas acima.
É possível alcançar essas e outras virtudes. A vida nos oferece diariamente oportunidades para colocarmos em prática cada uma delas, basta prestar mais atenção e lutar para ser fiel às moções do alto. Uma mulher virtuosa é cheia do Espírito Santo de Deus. Eu quero ser essa mulher. E você?

Fernanda Soares

Missionária da Canção Nova. Apresentadora do programa Revolução Jesus e Vitrine da TV Canção Nova. Estudante de jornalismo. Escritora do Blog do Revolução Jesus.
Fonte Canção Nova

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Maria foi elevada ao céu em corpo e alma




 Maria, elevada ao céu em corpo e alma, levou as cicatrizes da dor
A Virgem Maria, Nossa Senhora, chegou à plena realização de todas as potencialidades humanas. Pelos merecimentos de seu Filho amado, foi preservada da mancha do pecado original, viveu nesta terra conduzida pelo chamado de Deus, para depois, ser elevada ao céu, como professa a fé da Igreja. Na Assunção de Maria, todas as realidades desta terra são assumidas e acolhidas para adquirirem valor de eternidade. Sua presença e seu exemplo resplandecem como sinal luminoso para todos, podendo nela encontrar conforto e força todas as vocações e estados de vida. Olhar para Nossa Senhora nos estimula a caminhar com segurança, certos de que fomos feitos para o alto e para a felicidade.
Elevada ao Céu em corpo e alma
No mês das vocações, voltamos nosso olhar para a aventura humana e religiosa vivida por Maria. Nela vemos realizada a vocação fundamental de todos os seres humanos, pois, em Cristo, Deus nos escolheu, antes da fundação do mundo, para sermos santos e imaculados diante d’Ele, no amor (cf. Ef 1,4). Toda a vida de Nossa Senhora se orienta para o seu Filho, Jesus, Verbo de Deus feito carne. Ela se esvazia de si mesma e de seus próprios projetos para abraçar o caminho da santidade, tornando-se ícone do que todos somos chamados a viver, pois convidados a percorrer a estrada da resposta fiel a Deus.
O Apóstolo São Paulo convicto da escolha feita, apresenta-se diante de suas comunidades na inteireza de sua entrega a Deus. Pode, então, abraçar como próprias as atitudes do mesmo Senhor Jesus Cristo: “Pela fidelidade de Deus, eu vos asseguro: a nossa palavra junto de vós não é ‘sim e não’. Pois o Filho de Deus, proclamado entre vós por mim, por Silvano e Timóteo, nunca foi ‘sim e não’, mas somente ‘sim’. Ao contrário, é nele que todas as promessas de Deus têm o ‘sim’ garantido. Por isso, também, é por ele que dizemos ‘amém’ a Deus, para sua glória. É Deus que nos confirma, a nós e a vós, em nossa adesão a Cristo, como também é Ele que nos ungiu. Foi Ele quem imprimiu em nós a Sua marca e nos deu como garantia o Espírito derramado em nossos corações” (cf. 2 Cor 1,18-22). É com igual certeza que ousamos olhar para Maria, Nossa Senhora, a primeira na resposta ao plano de Deus. Que o seu ‘sim’ se expresse também em nossa vida.
Maria deu o seu ‘sim’ à vida. Sua existência, desde os primeiros passos e olhares, era voltada para a Palavra do Senhor e para uma vida humana saudável, na pobreza e no escondimento de Nazaré. Foi na escuta da mesma Palavra que se entregou, na oblação total de própria liberdade, tornando-se generosamente escrava da Palavra. Seu ‘sim’ radical, dado a Deus e a seu plano de salvação, mudou a história da humanidade. “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38). Responder com generosidade a Deus é o ato mais digno da vida humana. Todas as vezes que alguém dá sua resposta a Deus, atualizando a graça do batismo, o Espírito Santo vem sobre a pessoa e realiza Sua obra, edificando o bem! Dela queremos aprender a dizer ‘sim’!
Quando as incontáveis angústias de nosso tempo tantas vezes nos preocupam, vale a pena tomar consciência de que a vida de Maria foi marcada pelas surpresas do cotidiano e pela dor, visita inconfundível do Senhor. Para que se repita o nosso sim diante das eventuais decepções experimentadas ou as dores e pecados pessoais e sociais, a mulher do equilíbrio e da firmeza deve ser vista como sinal. A Igreja identifica sete situações dolorosas, muito semelhantes àquelas vividas por nós. Maria, elevada ao Céu em corpo e alma, levou as cicatrizes da dor, para que ninguém desanime no caminho da perfeição a que somos chamados.
Uma espada a transpassar o coração, na profecia de Simeão (Cf. Lc 2, 21-40). Se um anjo lhe anunciara sua vocação de mãe do Verbo de Deus feito carne, muito cedo entendeu, para cedo amadurecer, o alcance de sua resposta a Deus. Não voltou atrás e acolheu de pé, na obediência, o projeto de Deus em sua vida. De fato, o Senhor não nos engana, prometendo apenas consolações, mas nos abre o horizonte com realismo, para que todos aprendamos a viver.
Com José, Maria soube que seu filho poderia ser morto pelo ódio sanguinário de Herodes (Cf. Mt 2, 13-18). Doeu-lhe o exílio, mas aprendeu e ensina a todas as gerações de cristãos a coragem para manter a fé a qualquer custo. Não é difícil identificar em nossos dias, no mesmo oriente médio, levas de cristãos em fuga por serem cristãos, firmes diante da provação. O mundo parece o mesmo!
Terceira espada transpassou o coração de Maria quando perdeu seu filho no templo. Teve que compreender que o Jesus de seu coração é Filho do Pai do Céu e tem uma missão que supera todos os laços e afetos humanos (Cf. Lc 2, 41-52). Em sua dor se encontram as perdas humanas e a liberdade com que os pais e mães hão de educar seus filhos, não para si, mas para Deus e para a vida, olhando para frente!
No caminho do Calvário, a Maria discípula se encontra com seu Filho que carrega a cruz. A multidão não entende a profundidade do olhar, santa cumplicidade daquela Mãe que se fez companheira e colaboradora do Redentor. Ali estava presente o silêncio e o assentimento corajoso de tantas pessoas que não se negam a dar a sua colaboração na realização do plano de Deus.
Aos pés da Cruz, quando o Filho único a entrega como Mãe à humanidade chagada, representada por João, Maria experimenta a desolação, dando sua resposta e pronunciando o seu segundo e definitivo sim (Cf. Jo 19, 1-41). Está de pé, mulher madura para o amor e o sofrimento! Testemunha a morte redentora de seu Filho! Em sua coragem resplandece a disposição de todos os que estão prontos a viver a palavra: “Completo, na minha carne, o que falta às tribulações de Cristo em favor do seu Corpo que é a Igreja” (Cl 1, 24). O que falta é a participação pessoal!
Aquela que recebera o anúncio de uma espada de dor, vê a lança do soldado transpassar o lado de seu Filho exangue, para depois acolher nos braços e conduzir à sepultura o seu corpo. Mais duas espadas, duas dores lancinantes, para se completar o caminho da perfeição e da maturidade!
Maria do sim nos ajude a percorrer a estrada da maturidade humana e cristã. Sua vida, assunta ao Céu, seja o sinal para nossa caminhada.

Dom Alberto Taveira Corrêa

Dom Alberto Taveira foi Reitor do Seminário Provincial Coração Eucarístico de Jesus em Belo Horizonte. Na Arquidiocese de Belo Horizonte foi ainda vigário Episcopal para a Pastoral e Professor de Liturgia na PUC-MG. Em Brasília, assumiu a coordenação do Vicariato Sul da Arquidiocese, além das diversas atividades de Bispo Auxiliar, entre outras. No dia 30 de dezembro de 2009, foi nomeado Arcebispo da Arquidiocese de Belém - PA.

Fonte Canção Nova