A Virgem Maria foi uma mulher que revolucionou o seu tempo.
Uma mulher culta e que conhecia as Leis e os Profetas. Uma mulher
cheia de predicados e princípios, que afastam totalmente a crença da sua
simplicidade e pobreza, como querem mistificá-la, e poucas ousariam, ante
tantos fatos relacionados a sua pessoa e que a colocam em destaque como mulher à
frente do seu tempo, onde as demais viviam ignorantes, escravizadas e submissas,
a atitudes tão independentes.
Maria demonstra sua independência, de atitudes e
conhecimento, quando o Anjo Gabriel comunica que ela será mãe. Ela aceita sem
questionamentos.
Ela assume, aquela maternidade, contra todos os preconceitos,
inclusive de José, que a princípio não acredita. Ela foi suficientemente forte
para convencê-lo da verdade e mantê-lo calado, como também para impor a sua
vontade e, de cabeça erguida, desafiar os costumes e a lei que mandava
apedrejar, até a morte, uma mulher adúltera, quando aparece, diante de todos, grávida.
Maria segurou este impasse e venceu o seu segundo desafio. Digo
segundo porque acredito que o primeiro foi o conhecimento. Esta foi a primeira
revolução que se processou no seu ser. Ensinamentos recebidos no Templo de
Jerusalém, onde fora oferecido aos três anos de idade. Somente muita
determinação e coragem poderiam fazê-la tão independente e segura de suas decisões.
Outros tantos desafios enfrentou até a morte de Jesus, na
cruz, suportando, ela, dores incomparáveis, que somente uma mãe, cheia da graça
do Espírito Santo, poderia suportar. E guardando tudo no seu coração.
Quando visitando Isabel, sua prima que estava grávida de João,
recita o cântico do Magnificat, relaciona-o a quatorze textos do Antigo
Testamento. Fato raríssimo entre as mulheres nesta época, que estavam mais para
analfabetas, que para conhecedoras de uma vasta cultura hebraica e quiçá, helênica
e romana.
Podemos perceber que a mesma assumiu a alfabetização e os
principais ensinamentos das Sagradas Escrituras a Jesus. Não somente na sua infância,
mas aos 13 anos, quando atinge a maior idade masculina na sua tradição, e até
os 33 anos quando inicia sua vida pública.
É Maria, sua mãe, quem o conduz!
É Maia, sua mãe, que o faz realizar o primeiro milagre!
É ela que está sempre presente!
Presente do primeiro ao Seu último dia de vida e depois
assumindo a maternidade do Seu povo; a minha maternidade, a sua maternidade,
você queira ou não queira.
Não foi por acaso que esta mulher, que vivenciou e sofreu,
no silêncio, toda a dor da entrega do seu filho em prol do projeto salvífico,
foi escolhida para ser a mãe, cuidadosa, intercessora e presente, do filho de
Deus.
Alvaro de Oliveira
Recife, 06/12/2012
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