sábado, 30 de janeiro de 2016

Nossa Senhora da Candelária - 30.01.2016

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O culto à Nossa Senhora das Cadeias sempre foi muito expressivo no Brasil. Desembarcou junto com os jesuítas e beneditinos portugueses na região Nordeste, onde perdura até hoje. Nesta oportunidade trouxeram a imagem e a mais antiga história sobre essa devoção mariana. A divulgação passou a ser transmitida tão logo os jesuítas a conheceram no início do século XVI. Mas ela só foi escrita, pelo frei Alonso de Espinosa, no final dele, em 1594.

Consta que a luminosa aparição de uma imagem da Senhora com o filho no braço, teria ocorrido no dia 02 de fevereiro de 1400 ou no ano seguinte, em Tenerife nas Ilhas Canárias, África. O fato foi presenciado por uma verdadeira multidão de nativos, com lances muito intrigantes. O detalhe mais importante e curioso é que nenhum dos presentes conhecia a Virgem Maria, ou o cristianismo, pois essas ilhas, embora descobertas em 1309, seriam colonizadas pelos espanhóis só no final do outro século.

Tudo começou quando dois pastores resolveram atravessar com seus rebanhos uma passagem que havia numa gruta. Porém o gado não passava da entrada, mantendo-se irritados. Intrigados, os dois resolveram entrar sozinhos e verificar o motivo da agitação do gado. Depararam então com a imagem de uma Senhora com o filho no colo, que pareciam ter vida. Um deles acenou com o braço para que ela fosse embora, mas o mesmo ficou paralisado. O outro tentou toca-la com um bastão, e também teve o braço imobilizado. Correram para a cidade, onde foram ao palácio comunicar o fato ao rei. Vendo que os pastores não mentiam, pois tinham os braços imóveis, reuniu sua comitiva e seguiu para a gruta. Nela, como a Senhora não respondia às perguntas e ninguém ousava toca-la, o rei decidiu que a imagem devia ficar no palácio. Ordenou aos dois pastores que a transportassem. Tão logo eles a tocaram, ambos foram curados. Entendendo a imagem como algo sobrenatural o próprio rei decidiu carrega-la. Mas, durante o percurso pediu socorro, pois não aguentou o peso.

Durante alguns anos a imagem ficou alojada num pequeno nicho localizado perto do palácio do rei. Certo dia um nativo que fora feito escravo por piratas espanhóis, conseguiu escapar e regressou para Tenerife. Convertido à fé cristã, recolheu a imagem da Virgem Maria com o Menino Jesus no braço. Foi ao palácio e contou ao rei e aos conselheiros tudo o que aprendera do Evangelho, antes de ser batizado. Maravilhado o rei mandou erguer uma grande cruz diante da gruta onde a imagem de Maria apareceu. No ponto em que precisou de ajuda para transporta-la, mandou erguer uma capela, hoje dedicada à Nossa Senhora do Socorro.

Quando os jesuítas espanhóis desembarcaram, em 1526, ficaram surpresos ao constatar que a fé cristã e a devoção mariana já estava no coração do povo. Os padres ergueram um Santuário, onde estava a imagem e o dedicaram à Nossa Senhora da Candelária, assim reconhecida pela candeia que segurava.

Entretanto esta belíssima imagem, após uma inundação em 1826, desapareceu do Santuário. Ela foi refeita com perfeição, graças aos quadros existentes com sua representação. A nova imagem foi aprovada pelo Vaticano em 1827. O Papa Pio IX, em 1867, declarou Nossa Senhora da Candelária, Padroeira de todo o arquipélago das Ilhas Canárias.
Texto: Jacinta Cericato/Paulinas Internet
Fonte http://comeceodiafeliz.com.br/


sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Nossa Senhora da Purificação - 29.01.2016

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Maria, executou sua parte no Plano da Salvação, seguindo todos os ensinamentos para que tudo se cumprisse conforme a vontade do Criador, de acordo com as Sagradas Escrituras.

As mulheres dessa época eram consideradas impuras após o parto. Eram afastadas durante alguns dias do convívio social e das atividades religiosas no Templo. Passado o resguardo a mãe e a criança deveriam ir ao Templo. Ela para ser "purificada" conforme a Lei, a criança para ser apresentada ao Senhor.

No tempo determinado, a Sagrada Família foi ao Templo para a apresentação do Menino Jesus, à Deus-Pai. Maria na sua infinita humildade submeteu-se à cerimônia da purificação. Por este motivo, para demonstrar o grande respeito e carinho à Santíssima Virgem, os primeiros cristãos passaram a comemorar o dia da Purificação de Maria, em 02 de fevereiro.

O Papa Gelásio, que governou a Igreja entre 492 e 496, acabou instituindo para toda a cristandade esta procissão noturna dedicada à Mãe Santíssima. O trajeto, que representa o primeiro caminho percorrido pela Sagrada Família, deve ser todo iluminado por candeias, ou candelárias, e os fiéis carregam nas mãos velas acesas, entoando hinos em louvor à Maria. Dessa antiga tradição, veio o título de Nossa Senhora das Candeias, ou da Candelária.

A festa de Nossa Senhora da Purificação é uma das mais antigas do catolicismo. Mas esse dia de luz tem um enfoque todo especial para o corpo da Igreja. É que em geral, religiosos e religiosas o escolhem para pronunciar seus votos solenes de castidade, pobreza e obediência, para consagrar e colocar suas vidas à serviço do Senhor.
Texto: Jacinta Cericato/Paulinas Internet
Fonte http://comeceodiafeliz.com.br/

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Nossa Senhora dos Navegante - 22.01.2016

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A tradição cristã nos mostra que antes de uma viagem todos os tripulantes e suas famílias participavam de uma missa no navio, para viajarem em comunhão com Jesus Cristo. Nela também o sacerdote invocava proteção também da Santíssima Mãe, que os navegantes consideravam a maior Estrela do Mar. Depois partiam transportando o Crucifixo e a imagem da Virgem Maria, para guarda-los dos perigos, inclusive no regresso. A devoção data da época dos cruzados, portanto, desde a Idade Média, quando navegavam pelo Mar Mediterrâneo com destino à Terra Santa.

Ao longo do tempo essa devoção se propagou. Maria acabou ganhando o título de Nossa Senhora dos Navegantes. O povo simples erguia capelas, construía santuários, dedicados à Ela. Hoje são inúmeras as cidades e localidades batizadas com esse título, algumas delas tendo Nossa senhora dos Navegantes eleita a padroeira celeste.

A estátua de Nossa Senhora dos Navegantes chegou ao Brasil trazida pelos portugueses no século XVIII, precisamente através do representante do Conde Resende, Vice-Rei do Estado. Ele desembarcou no atual estado de Santa Catarina com a tarefa de demarcar uma sesmaria na praia de Itajaí, em 1795. Foi assim que no lado esquerdo do Rio grande de Itajaí, surgiu uma pequena vila, a localidade mais antiga do Estado.

Em 1896, o vigário da igreja de Itajaí conseguiu erguer uma capela, no lado esquerdo do Rio grande Itajaí, sob a invocação de Nossa Senhora dos Navegantes, de São Sebastião e de Santo Amaro. Os habitantes do "outro lado", em 1907, no dia de Nossa Senhora dos Navegantes, celebraram com uma grande festa a conclusão das obras.

Cinquenta anos depois, em maio de 1962, o bairro de Navegantes foi elevado à categoria de Município. Desde então, a festa da Padroeira, em 02 de fevereiro, é celebrada com uma grande procissão fluvial, para a qual se deslocam os fieis de todas as paróquias vizinhas. Em 1996, a então igreja matriz de Nossa Senhora dos Navegantes ganhou da Cúria Metropolitana um Santuário Arquidiocesano sob a invocação da gloriosa padroeira.

Todavia, Nossa Senhora dos Navegantes é a padroeira de inúmeras outras cidades brasileira, por isto a celebração de sua festa é sempre muito esperada pelos devotos. Todos querem homenagear a querida Padroeira participando da procissão, seguindo ou por terra ou nas embarcações, para agradecerem as graças e proteção alcançadas através de Jesus através da Santíssima Mãe Maria.Texto: Jacinta Cericato/Paulinas Internethttp://comeceodiafeliz.com.br/

domingo, 17 de janeiro de 2016

MARIA COMO MEDIANEIRA - Jo 2,1-11 - 17.01.2016

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“Em Caná, ninguém pede à Santíssima Virgem que interceda junto de seu Filho pelos consternados esposos. Mas o coração de Maria, que não pode deixar de se compadecer dos infelizes, impele-a a assumir, por iniciativa própria, o ofício de intercessora e a pedir ao Filho o milagre. Se a Senhora procedeu assim sem que lhe tivessem dito nada, que Teria feito se lhe tivessem pedido que interviesse?” (Sto. Afonso Maria de Ligório). Que não fará quando – tantas vezes ao longo do dia! – lhe dizem “rogai por nós” ? Que não iremos conseguir se recorremos a Ela ?
“Maria põe-se de permeio entre o seu Filho e os homens na realidade das suas privações, das suas infigências e dos seus sofrimentos. Maria faz-se de Medianeira, não como uma estranha, mas na posição de Mãe, consciente de que como tal pode – ou antes, tem o direito de – tornar presentes ao Filho as necessidades dos homens” (Beato João Paulo II).
Jesus não nos nega nada; e concede-nos de modo particular tudo o que lhe pedimos através de sua Mãe.
Maria continua dizendo a nós, seus filhos: “Fazei o que Ele vos disser”.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Ó Maria! - 15.01.2016

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Ó Maria, nós veneramos vossa imagem em tantas imagens que de vós compuseram.
Elas nos recordam vossa pessoa e vossa vida terrena.
Elas nos projetam vosso ser e vossa vida celeste, na glória.
Ó Mãe de Deus, nós contemplamos vossa imagem com a do Menino Jesus, nos braços, o ícone que representa o mistério de vossa maternidade divina.
Sois a Mãe de Cristo Jesus, o Verbo de Deus feito homem para nos salvar!

Nós contemplamos vossa imagem, cujos braços irradiam graças e bênçãos, enquanto os pés esmagam a cabeça da serpente, ícone que representa vossa vitória, em Cristo, sobre o antigo Inimigo.
Sois a Mãe Imaculada do Redentor que nos deu a graça do perdão, da filiação e da herança eterna!

Nós contemplamos vossa imagem de mãos postas, mestra de oração, ícone que representa vossa consagração total a Deus, no diálogo com o Senhor e na meditação dos mistérios de Cristo.
Sois a Sede da Sabedoria que tudo, na memória e no coração, conservou!

Nós contemplamos vossa imagem a indicar-nos o coração, ícone que representa a liberdade e a pureza de vosso ser, pleno de amor a Deus. Sois a toda bela porque santa para o Senhor e bondosa para conosco!
Dai-nos meditar vossos mistérios nesta terra, ó Maria, para que nós contemplemos vossa beleza, com a de vosso Filho, na glória eterna. Amém.

Do livro: 'Maria da nossa fé", Paulinas Editora.
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segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Mil casas para Maria - 11.01.2016

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Gosto de ver e visitar os santuários dedicados à mãe de Jesus. Tenho certeza do que quero. Não me atrapalho com isso, nem interpreto errado. Para mim, Aparecida, Lourdes, Fátima, Guadalupe, Loreto, Lujan, e todos os enormes santuários e lugares de culto a Maria, são lugares onde se visita a casa da mãe, para falar com ela ou com o Filho ali adorado. Fui um dos que, por primeiro, criaram, nos anos 1970, os hoje tradicionais Encontros com Cristo na casa de Maria, em Aparecida.

Naquele tempo, eu pregava que é falta de educação visitar o amigo e não conversar com a mãe dele, ou visitar a mãe e não dar atenção ao filho dela. Só amigo desajeitado fica horas na casa do amigo sem nem sequer conversar com a mãe dele. Mas, é também um mal-educado o sujeito que, visitando a mãe, falasse o tempo todo com ela e ignorasse o seu filho.

Há quem faça isso. Vão aos santuários marianos, que são casas erguidas em memória da Mãe do Cristo, e não falam com Jesus. E há os que só falam com Jesus, sem entender a importância de se comunicar com os santos que Jesus salvou. Se cremos na comunhão dos santos, temos que ser coerentes. Falemos com quem os salvou e com os que por ele foram salvos.

As milhares de casas dedicadas a Maria não são mil casas para mil Marias. São mil casas para a mesma Maria, que, com seu Filho, mudou-se um dia de Nazaré para Cafarnaum e, como ele, não tinha onde reclinar a cabeça, porque estava sempre perto do filho missionário.

Com rosto de branca e europeia, de mulher do campo, de índia ou de negra, as imagens que a retratam traduzem um conceito de filiação e de maternidade. Cada povo, continente ou país adaptou a cor da pele e os olhos da imagem ao que lhes poderia lembrar a mãe daqueles sofredores.

A Igreja aceita alguns desses rostos como verdadeiras aparições. Em certos casos, ela suspende o julgamento, noutros proíbe. Depende muito do que ali acontece e do equilíbrio mental do vidente. O tempo se encarrega de mostrar a verdade. Quando os sinais não são claros, nem suficientemente cristãos e evangélicos, a Igreja proíbe que se erga um templo para aquela devoção. Há desobediências, mas a tradição da Igreja é de não aprovar.Pe. Zezinho, scj - Do livro: 'Maria do jeito certo", Paulinas Editora.
Fonte http://comeceodiafeliz.com.br/

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Nossa Senhora de Constantinopla - 07.01.2016

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A devoção de Nossa Senhora Odigitria surgiu na cidade de Constantinopla, no governo do imperador Justiniano. Entretanto a antiga tradição narra que sua origem procede da Síria, do primeiro século do Cristianismo. Segundo a narrativa, a imagem desta invocação seria uma das três pintadas por São Lucas, o Evangelista, que viveu neste país. Porém este seria um ícone milagroso, pois quando lhe faltaram as forças e tendo a pintura da imagem para concluir, São Lucas implorou ajuda celestial da Santíssima Mãe e o próprio ícone concluiu a pintura da obra.

Depois da morte de São Lucas, o ícone da Mãe de Deus foi colocado para veneração dos fiéis na igreja de São Pedro em Gálata, na Síria. Durante o Império Romano-Bizantino, antes da metade do século VI, a imperatriz Eudóxia enviou o referido ícone mariano, para Constantinopla para a imperatriz Santa Pulquéria que o colocou na mais bela igreja dedicada à Mãe de Deus que mandara construir, chamada de Ton Odegon, que em grego significa "da guia".

Assim surgiu o título mariano "Odighitria" que em grego quer dizer "Ela que indica o Caminho". Porém, para alguns estudiosos ele derivaria do fato que os guias, ou melhor os "odighos", dos exércitos se recolhiam neste mosteiro para rezar; para outros, seria por causa do nome da igreja de Constantinopla que conservava o ícone da venerada imagem mariana, obra de São Lucas.

Contudo, para a tradição este título se refere de fato ao milagre atribuído à Virgem Maria, que guiou dois cegos até a sua igreja em Constantinopla onde recuperaram a visão. Só com o tempo "Odighitria" adquiriu um significado exclusivo para este ícone, em função da posição do braço de Maria que indica o Filho como: "Caminho, Verdade e Vida".

A partir de 716, quando o imperador Leão III, o Isauriano, assumiu o trono, esquecido das graças obtidas por intercessão da Santíssima Virgem, iniciou a perseguição às imagens sagradas. Mas esta devoção já havia se espalhou por toda a cristandade do Ocidente, que em muitos lugares recebeu o título de Nossa Senhora de Constantinopla.

No sul da Itália, em Bari, cidade vizinha de Nápoles, o título grego foi abreviado para Idria ou Itria. Os registros antigos mostram que no século VIII, dois sacerdotes com receio da destruição da cópia do ícone de Constantinopla, venerado pelo povo barese como Santíssima Maria de Idria, embarcam para Roma, levando o ícone escondido. Mas uma tempestade impediu o navio de partir e a imagem retornou para a igreja. Hoje a população de Bari a festeja como Padroeira da cidade.Texto: Jacinta Cericato/Paulinas Internet

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Nossa Senhora do Desterro - 06.01.2016

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A devoção à Nossa Senhora do Egito evoca aquela Maria migrante, que viveu o exílio da pátria em busca de vida para si e para sua família. A identificação do seu drama com aquele das famílias cristãs exiladas e ou migrantes ao longo dos séculos sempre foi muito atual, por este motivo se tornou padroeira dessas populações em todos os países do mundo.

Impossível não compreender esta identificação à luz da narrativa bíblica, que nos recorda a fuga da Sagrada Família para o Egito. José, depois do sonho, no qual recebeu o aviso do Anjo sobre a necessidade de proteger o Menino Jesus da perseguição sangrenta do rei Herodes, avisou Maria e logo iniciou o caminho da nação indicada (cf. Mt 2,13-14).

Embora os Evangelhos não relatem nada sobre este período, com certeza foram muitas as dificuldades encontradas por Maria, José e o Menino Jesus, a começar com o desconforto e as privações da própria viagem. Por tudo isto, a silenciosa Virgem do Egito, se tornou a Mãe Amorosa de todos os cristãos que tiveram de abandonar o país natal. Eles a veneram com os títulos de Nossa Senhora do Desterro, dos Imigrantes e dos Exilados, quando lhe suplicam ou agradecem o constante auxílio para conquistarem a solidariedade na nova pátria. Esta devoção sempre foi muito intensa em toda cristandade.

No Brasil, se propagou com os portugueses que encontraram grande consolo na invocação da Virgem dos Exilados, nesta colônia tão distante da terra natal. As igrejas mais antigas dedicada à Nossa Senhora do Desterro estão na Bahia e no Rio de Janeiro, esta construída logo após a fundação da cidade. Segundo a tradição, graças à intercessão milagrosa da Virgem do Desterro o grande historiador, Padre Simão de Vasconcelos, se curou de grave enfermidade. E, ela também protegeu e ajudou os cariocas a derrotarem os invasores franceses. Entretanto, a antiga igreja foi demolida para a construção do Convento das carmelitas de Santa Teresa, que manteve esta devoção mariana na sua igreja.

O bairro carioca de Campo Grande surgiu ao redor da igreja dedicada à Virgem do Desterro, hoje celebrada como sua padroeira. O mesmo ocorreu com a capital de Santa Catarina, que até 1894 era chamada de Vila do Desterro. O nome foi substituído por Florianópolis, em homenagem ao Marechal Floriano Peixoto. Na sua moderna Catedral, o povo catarinense venera a linda imagem em tamanho natural, da Sagrada Família em fuga para o Egito, esculpida em madeira. O Santuário de Nossa Senhora do Desterro, situado na cidade de Casa Branca, em São Paulo, se tornou famoso por guardar uma imagem desta devoção, considerada milagrosa pelos fiéis, que propagam cheios de fé e amor a sua poderosa intercessão.

Os escritos apócrifos serviram para inspiração dos grandes pintores ao longo do tempo, que transpuseram para a arte a grande devoção dos cristãos por Nossa Senhora. A Mãe que no seu período de resguardo enfrentou os perigos e atravessou o deserto, sentada sobre um burrinho, para proteger Aquele que mais tarde Se entregaria em sacrifício ao Pai, para a salvação da Humanidade.Texto: Jacinta Cericato/Paulinas Internet

Veja mais textos de Maria para o dia 6

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terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Nossa Senhora das Bodas de Caná - 05.01.2016

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A sociedade patriarcal da época de Maria impunha muitas restrições à mulher, na ordem estabelecida, seu lugar era secundário. Dona de um nome comum, Ela vivia com simplicidade: obediente à família e às tradições. Era uma mulher do povo, que lutava, trabalhava e convivia ao lado da comunidade.

A Bíblia pouco se refere à Maria, entretanto está completamente inserida no mistério da Salvação. Ela foi a virgem eleita por Deus para conceber Seu Filho, nosso Salvador; e por plena obediência da sua fé disse "sim" ao Anjo. Por esta fé inabalável, se uniu com perfeição a Jesus Cristo, na morte e na glória. E se tornou a única mulher a reunir em si as qualidades de filha de Deus Pai, mãe de Deus Filho e esposa de Deus Espírito Santo.

Em Maria se cumprem todas as profecias do Antigo Testamento. Ela é a verdadeira e nova Arca da Eterna Aliança. Nosso modelo de todas as virtudes, de plenitude de fé, de obediência à vontade de Deus, de caridade para com o próximo. A obediente serva do Senhor se tornou nossa Mãe, através de João, o discípulo amado, por vontade expressa do Filho de Deus, na agonia da Cruz, que nos deu mostras do poder intercessor de Sua mãe, no episódio bíblico do casamento em Caná da Galiléia.

Maria estava nestas bodas junto com Jesus, com os Apóstolos e Maria Madalena. Ele ainda não se manifestara através de milagres públicos como o Filho de Deus, o Messias esperado por seu povo. Porém, na sua delicada solicitude materna, Maria pediu que fizesse um para aqueles esposos diante da situação tão embaraçosa: "Eles já não têm vinho" (Jo 2,3). Jesus então lhe respondeu: "Mulher, isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou". Maria na sua fé agiu como se já o tivesse recebido, dizendo aos serventes: "Fazei tudo o que Ele vos disser". E o Senhor transformou a água no vinho novo e melhor.

Maria, na sua fé em Deus e a sua caridade pela humanidade apressou a manifestação de Seu Filho. Enquanto, Ele quis mesmo demonstrar que o seu primeiro milagre público ocorreu por causa do pedido de sua Mãe. Assim, Jesus ensinou que intervém por intercessão da Virgem Maria, a santidade mais perfeita, acima de todos os Santos e Anjos do céu. Por isto, São Luís de Montfort, o grande Doutor mariano a denominou de "onipotência suplicante".

A Virgem Maria é a estrada reta que conduz à Jesus Cristo: o Caminho, a Verdade e a Vida. O seu exemplo de plena confiança e fé em Deus, de vida humilde de oração nos leva a compreender o verdadeiro sentido da nossa missão nesta Terra. Nossa Senhora de Caná é a Padroeira dos esposos.Texto: Jacinta Cericato/Paulinas Internet

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Nossa Senhora da Romã - 04.01.2016

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A cidade de Paestum está situada no Golfo de Salerno, sul da Itália, cuja capital é a famosa cidade de Nápoles. A partir da metade do século VII a.C. chegaram os agricultores gregos e fundaram a cidade Poseidonia, além de vários santuários. O mais importante era o da deusa Hera Argiva, adorada como a verdadeira Senhora por ser a esposa do deus supremo do Olimpo. Graças às excelentes condições geográficas, a cidade prosperou muito, se desenvolveu e seus templos ganharam fama em toda Grécia.

Quatro séculos depois, Roma tomou posse da região e fundou uma colônia latina dando à cidade seu nome definitivo: Paestum. O cristianismo foi introduzido na região no século II e o culto à Virgem Maria, Mãe de Deus, contrapondo-se à antiga adoração à Hera Argiva.

Paestum foi destruída no século VII por obra dos invasores muçulmanos e se tornou numa das fascinantes relíquias arqueológicas do mundo. Os habitantes sobreviventes, junto com seu bispo, foram para o monte Calpazio. Situado nos confins da planície de Paestum, defronte ao Golfo de Salerno, era um lugar mais seguro às constantes invasões. Assim, fundaram uma nova cidade chamada Capaccio e construíram a igreja dedicada à Santa Maria, Mãe de Deus.

No século XI, Capaccio adquiriu o mesmo poder que tivera Poseidonia. A igreja magnificamente ampliada assumiu a condição de Catedral e sede episcopal da diocese de Paestum-Capaccio. Neste Santuário, os fiéis devotavam à imagem da Virgem Maria sentada com o Menino Jesus e que segura na mão uma fruta romã aberta como símbolo da Graça, a invocação de Nossa Senhora da Romã ou da Abundância.

Entretanto, em 1247, foi destruído junto com a cidade, pelo exército de Frederico II, dando origem às ruínas da Velha Capaccio. Algumas famílias escondidas na vizinha Vila de São Pedro se organizaram e criaram um novo centro urbano conhecido como Nova Capaccio. Com a transferência do Bispo, a Catedral-Santuário deixou de ser a sede da diocese, mas continuou sendo meta de muitos peregrinos e romeiros de outras localidades. Após o século XIV, a devoção à Nossa Senhora da Romã era tão popular que o título foi incorporado ao nome do Santuário.

A única restauração completa ocorreu em 1708. O edifício anexo ao Santuário, para acolher os religiosos responsáveis pela preservação do culto, data de 1836 e lhe deu a característica arquitetônica atual. Desde 1991, a sua reitoria é de responsabilidade dos Carmelitas da Antiga Observância.

O culto à Nossa Senhora da Romã ou da Abundância está profundamente ligado às ruínas arqueológicas das antigas cidades, à tradição dos agricultores e à forte devoção popular dos fiéis à Virgem Mãe de Deus, que ainda lhe agradecem a proteção oferecendo romãs. A sua festa ocorre em duas datas: 15 de agosto e 05 de janeiro.
Texto: Jacinta Cericato/Paulinas Internet

domingo, 3 de janeiro de 2016

Nossa Senhora Platytera - 03.01.2016

artista desconhecido - da internet
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As primeiras imagens sagradas veneradas nas igrejas foram produzidas já no primeiro século do cristianismo, e é claro no Oriente. Elas seguiam uma técnica especialmente criada para a pintura religiosa, chamada: iconografia. Diz a tradição que a maioria dos ícones foram criados pelo Evangelista São Lucas que além de médico era um excelente pintor.

Iconografias são as imagens que retratam os momentos bíblicos de maneira simbólica. No ícone tudo tem um significado, que pode ser "lido" pelas cores, expressão e gestual do rosto, dos braços e mãos, além do modo como estão colocadas as vestes, sapatos e os outros adornos.

No início, os cristãos se recolhiam juntos em algumas casas para adorarem Cristo. Quando as perseguições começaram procuraram o refúgio das catacumbas, onde podiam receber a Eucaristia em segurança. Logo depois que o imperador Constantino, o Grande, emitiu o edito de tolerância à religião, os cristãos começaram a construir igrejas.

Uma dessas construções magníficas que permaneceu intacta foi a igreja Agia Sophia, a Santa Sabedoria, da cidade de Constantinopla, a importante capital do Império de Bizâncio. Nela aparece no alto da cruz santa, o ícone, que pela primeira vez descreve a maternidade da Virgem Maria, representada pelo Menino Jesus dentro de um disco. Maria ali colocada une o telhado da igreja com o assoalho, simbolicamente ligando o Céu e a Terra. A Mãe de Deus, pairando entre o Céu e a Terra serve como "escada sagrada" por meio da qual Deus desceu, e como "ponte santa" que conduz os justos na Terra ao Céu.

Esse ícone mariano é chamado de "Platytera", palavra grega que quer dizer: "Ela que é mais plena do Céu". Maria é assim chamada porque deu o nascimento a Cristo, que como Deus é o Criador de todas as coisas. Recebendo e concebendo pelo Espírito Santo, "Aquele que não pode ser contido no todo da criação", a Mãe de Deus é certamente a criatura mais plena de toda a Graça.

Nossa Senhora Platytera nos ensina a verdade fundamental da Igreja, isto é, que o Cristo que condescendente residiu na Virgem Mãe, deve ser carregado dentro de cada um de nós. Como tão bem explicou Santo Ambrósio: "cada alma acredita no Mistério da Salvação, dá o nascimento à Palavra de Deus; Cristo por meio de nossa fé é todo fruto em nós, assim como nós somos todas as mães de Cristo". Para tanto, precisamos apenas seguir o exemplo de vida da Mãe de Deus e nossa também, até alcançarmos a salvação da vida eterna, pelo mérito de Cristo Jesus.

Do culto à Virgem Platytera derivaram outras invocações marianas com os títulos de: Nossa Senhora do Parto, do Bom Parto e da Boa Hora celebradas em dias distintos e em todos os países do mundo cristão.
Texto: Jacinta Cericato/Paulinas Internet