quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Nossa Senhora do Desterro - 06.01.2016

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imagem da internet




A devoção à Nossa Senhora do Egito evoca aquela Maria migrante, que viveu o exílio da pátria em busca de vida para si e para sua família. A identificação do seu drama com aquele das famílias cristãs exiladas e ou migrantes ao longo dos séculos sempre foi muito atual, por este motivo se tornou padroeira dessas populações em todos os países do mundo.

Impossível não compreender esta identificação à luz da narrativa bíblica, que nos recorda a fuga da Sagrada Família para o Egito. José, depois do sonho, no qual recebeu o aviso do Anjo sobre a necessidade de proteger o Menino Jesus da perseguição sangrenta do rei Herodes, avisou Maria e logo iniciou o caminho da nação indicada (cf. Mt 2,13-14).

Embora os Evangelhos não relatem nada sobre este período, com certeza foram muitas as dificuldades encontradas por Maria, José e o Menino Jesus, a começar com o desconforto e as privações da própria viagem. Por tudo isto, a silenciosa Virgem do Egito, se tornou a Mãe Amorosa de todos os cristãos que tiveram de abandonar o país natal. Eles a veneram com os títulos de Nossa Senhora do Desterro, dos Imigrantes e dos Exilados, quando lhe suplicam ou agradecem o constante auxílio para conquistarem a solidariedade na nova pátria. Esta devoção sempre foi muito intensa em toda cristandade.

No Brasil, se propagou com os portugueses que encontraram grande consolo na invocação da Virgem dos Exilados, nesta colônia tão distante da terra natal. As igrejas mais antigas dedicada à Nossa Senhora do Desterro estão na Bahia e no Rio de Janeiro, esta construída logo após a fundação da cidade. Segundo a tradição, graças à intercessão milagrosa da Virgem do Desterro o grande historiador, Padre Simão de Vasconcelos, se curou de grave enfermidade. E, ela também protegeu e ajudou os cariocas a derrotarem os invasores franceses. Entretanto, a antiga igreja foi demolida para a construção do Convento das carmelitas de Santa Teresa, que manteve esta devoção mariana na sua igreja.

O bairro carioca de Campo Grande surgiu ao redor da igreja dedicada à Virgem do Desterro, hoje celebrada como sua padroeira. O mesmo ocorreu com a capital de Santa Catarina, que até 1894 era chamada de Vila do Desterro. O nome foi substituído por Florianópolis, em homenagem ao Marechal Floriano Peixoto. Na sua moderna Catedral, o povo catarinense venera a linda imagem em tamanho natural, da Sagrada Família em fuga para o Egito, esculpida em madeira. O Santuário de Nossa Senhora do Desterro, situado na cidade de Casa Branca, em São Paulo, se tornou famoso por guardar uma imagem desta devoção, considerada milagrosa pelos fiéis, que propagam cheios de fé e amor a sua poderosa intercessão.

Os escritos apócrifos serviram para inspiração dos grandes pintores ao longo do tempo, que transpuseram para a arte a grande devoção dos cristãos por Nossa Senhora. A Mãe que no seu período de resguardo enfrentou os perigos e atravessou o deserto, sentada sobre um burrinho, para proteger Aquele que mais tarde Se entregaria em sacrifício ao Pai, para a salvação da Humanidade.Texto: Jacinta Cericato/Paulinas Internet

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