Leia também: LITURGIA DA PALAVRA
A Quaresma é um tempo da oportuno para a penitência e a conversão, através de três práticas de piedade: o jejum, a esmola e a oração.
Na Quaresma, mais do que em outros tempos, somos chamados à penitência interior, como nos indicam a Sagrada Escritura e os Padres da Igreja, especialmente através do jejum, da esmola e da oração, que exprimem a conversão, em relação a nós mesmos, aos outros e a Deus. Se em suas diversas aparições, especialmente em Fátima, Nossa Senhora nos pediu insistentemente que fizéssemos penitência, muito mais as devemos fazer neste tempo propício que é a Quaresma, justamente no Ano Santo da Misericórdia.
A Quaresma é um tempo da oportuno para a penitência e a conversão, através de três práticas de piedade: o jejum, a esmola e a oração.
No decorrer do Ano Litúrgico, temos dias obrigatórios de penitência: cada sexta-feira em memória da morte do Senhor, a não ser em dias de festa e solenidades. Nos primórdios do cristianismo, além da sexta-feira, fazia-se jejum também na quarta-feira, como atesta a Didaqué, que é primeiro Catecismo da Igreja, que remonta o século I da era cristã. Além dos dias penitenciais, temos também tempos de penitência, como é o tempo da Quaresma. Estes “são momentos fortes da prática penitencial da Igreja. Estes tempos são particularmente apropriados para os exercícios espirituais, as liturgias penitenciais, as peregrinações em sinal de penitência, as privações voluntárias como o jejum e a esmola, a partilha fraterna (obras caritativas e missionárias)”.
A realidade exterior e interior do jejum
O jejum significa não somente a abstinência do alimento, mas também de outras formas de privação, para que tenhamos uma vida mais sóbria. No entanto, estas também não esgotam a realidade completa do jejum. Estas privações voluntárias são apenas “o sinal externo de uma realidade interior, do nosso compromisso, com a ajuda de Deus, de nos abstermos do mal e de vivermos do Evangelho”. Por isso, não jejuamos verdadeiramente se não nos afastamos do mal e nos alimentamos da Palavra de Deus.
Na prática, podemos deixar de comer carne, fazer jejum à pão e água, pelo menos nas sextas feiras; podemos tirar doces, refrigerantes, bebidas alcoólicas, comidas ou bebidas que são lícitas, mas gostamos muito. Mas, nosso jejum não será completo se não nos afastamos do mal que está acabando com muitas famílias e com os casais, que é a falta de amor, de diálogo, de compreensão; se não nos distanciamos das novelas, filmes, dos reality shows, músicas, jogos e outros entretenimentos mundanos que se fazem o papel do diabo (divisor) em nossos lares. Enfim, nosso jejum não será completo se não nos aproximamos do Senhor, particularmente da Palavra de Deus, do Sacramento da Penitência e da Eucaristia.
Devemos estar atentos a não praticar um jejum formal, apenas para cumprir o preceito, ou que na verdade nos “sacia” porque nos faz sentir bons, como que para aliviar a nossa consciência. Pois, o jejum só tem sentido se nos faz abrir mão das nossas seguranças, mas também se beneficiar o nosso próximo, se nos ajudar a cultivar o estilo do bom Samaritano, que se inclina sobre o irmão em dificuldade e cuida dele. “O jejum comporta a escolha de uma vida sóbria, de uma existência que não desperdiça, uma vida que não ‘descarta’. Jejuar ajuda-nos a treinar o coração para a essencialidade e a partilha. É um sinal de tomada de consciência e de responsabilidade perante as injustiças e os abusos, especialmente em relação aos pobres e aos mais pequeninos; é sinal da confiança que depositamos em Deus e na sua Providência”.
Assista ou ouça programa do Padre Paulo Ricardo sobre “A Penitência Quaresmal”:
A íntima ligação entre o jejum e a esmola
Na tradição da Igreja, a prática do jejum está ligada intimamente à esmola. A este respeito, São Leão Magno ensina em um dos seus discursos sobre a Quaresma: “Aquilo que cada cristão deve realizar em todos os tempos, agora deve praticá-lo com maiores solicitude e devoção, para que se cumpra a norma apostólica do jejum quaresmal, que consiste na abstinência não apenas dos alimentos, mas também e sobretudo dos pecados. Além disso, a estes jejuns obrigatórios e santos, nenhuma obra pode ser associada mais utilmente que a esmola que, sob o único nome de ‘misericórdia’ inclui muitas obras boas”.
Imenso é o campo das obras de misericórdia, que neste Ano Santo da Misericórdia podemos e devemos redescobrir com ardente caridade, particularmente nesta Quaresma. “Não só os ricos e abastados podem beneficiar os outros com a esmola, mas também quantos vivem em condições modestas e pobres. Assim, desiguais nos bens de fortuna, todos podem ser iguais nos sentimentos de piedade da alma”. Pois, o jejum torna-se santo através das virtudes que o acompanham, especialmente a caridade e cada gesto de generosidade, que concede aos mais pobres e necessitados o fruto da nossa privação.
A esmola e o jejum dão testemunho sempre, em todos os tempos da Igreja, de uma submissão do homem carnal e exterior ao homem espiritual e interior, que existe em cada nós. Na Palavra de Deus, o Senhor Jesus chama-nos a realizar estas obras. No entanto, é significativo que Cristo não dá tanta importância à esmola, à oração e ao jejum em si mesmos, mas indica como é preciso realizar estas obras de piedade: “Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens, para vos tornardes notados por eles. De contrário, não tereis nenhuma recompensa do vosso Pai que está nos Céus”. O Mestre nos encoraja à esmola, à oração e ao jejum. Entretanto, ordena que pratiquemos tais obras “em segredo” diante do Pai, para não perdermos o prêmio: “E teu Pai, que vê o oculto, premiar-te-á”. Dessa forma, a Quaresma é o tempo de entrar em nós mesmos, “é o período de uma particular intimidade com Deus no segredo do próprio coração e da própria consciência”.
O jejum e a esmola como as duas asas da oração
A Quaresma é um tempo privilegiado para a oração e consequentemente para o encontro com Deus. Santo Agostinho dizia que o jejum e a esmola são “as duas asas da oração”, que lhe permitem tomar mais facilmente o seu impulso e chegar até Deus. “Deste modo a nossa oração, feita de humildade e caridade, no jejum e na esmola, na temperança e no perdão das ofensas, oferecendo coisas boas e não restituindo as más, afastando-se do mal e praticando o bem, procura e alcança a paz”. Com as asas do jejum e da esmola, a nossa oração voa com segurança e é levada mais facilmente até o Céu, onde nos precedeu Jesus Cristo, nossa paz.
Sabemos que, pela nossa fraqueza, é difícil manter-nos em silêncio para nos colocar diante de Deus e adquirir a consciência da nossa condição de criaturas, que dependem d’Ele, e de pecadores, necessitados do seu amor. Por isso, na Quaresma, a Igreja convida-nos a uma oração mais fiel e intensa, e a uma prolongada meditação sobre a Palavra de Deus. A este respeito, São João Crisóstomo nos exorta: “Adorna a tua casa de modéstia e humildade, mediante a prática da oração. Torna maravilhosa a tua habitação com a luz da justiça; ornamenta as suas paredes com as boas obras, como de um verniz de ouro puro, e no lugar dos muros e das pedras preciosas, coloca a fé e a magnanimidade sobrenatural, pondo acima de todas as coisas, no auge de tudo, a oração como decoração de todo o conjunto”. Desse modo, preparamos uma moradia digna do Senhor e O recebemos numa mansão maravilhosa. Pois, Ele concederá a nós transformação da alma em templo da Sua presença.
A oração é a força de cada um de nós cristãos. “Na debilidade e fragilidade da nossa vida, podemos dirigir-nos a Deus com confiança filial e entrar em comunhão com Ele. Diante de tantas feridas que nos angustiam e que poderiam tornar o nosso coração insensível, somos chamados a mergulhar no mar da oração, que é o oceano do Amor ilimitado de Deus, para saborear a sua ternura. A Quaresma é tempo de oração, de uma prece mais intensa, mais prolongada, mais assídua e mais capaz de nos tornar responsáveis pelas necessidades dos irmãos; prece de intercessão, a fim de rogar a Deus por tantas situações de pobreza e de sofrimento”.
A Quaresma do Ano Santo da Misericórdia
A Quaresma, especialmente neste Ano da Misericórdia, é um tempo favorável para que todos possamos sair do fechamento em nós mesmos, graças à escuta da Palavra de Deus e às obras de misericórdia. “Se, por meio das obras corporais, tocamos a carne de Cristo nos irmãos e irmãs necessitados de ser nutridos, vestidos, alojados, visitados, as obras espirituais tocam mais diretamente o nosso ser de pecadores: aconselhar, ensinar, perdoar, admoestar, rezar. Por isso, as obras corporais e as espirituais nunca devem ser separadas”. Com efeito, é precisamente quando tocamos no miserável a carne de Jesus crucificado, que nós podemos receber, em dom, a consciência de ser também um pobre mendigo.
Nestes exercícios quaresmais, podemos também nos identificar com os “soberbos”, os “poderosos” e os “ricos”, que a Virgem Maria menciona no Magnificat, e perceber que somos pecadores, imerecidamente, amados por Jesus Cristo, por nós crucificado, morto e ressuscitado. Somente neste amor temos a resposta àquela sede de felicidade e amor infinitos, que iludidos pensamos poder saciar através dos ídolos do saber, do poder e do possuir. Todavia, permanece sempre o perigo de que, sem nos reconhecer – os soberbos, os ricos e os poderosos – por causa do fechamento para Cristo, que no pobre, no fraco, no necessitado, continua a bater à porta do nosso coração, acabemos por nos condenar, precipitando-nos naquele abismo eterno de solidão que é o inferno.
Neste tempo de graça, preparemo-nos da melhor maneira – através do jejum, da esmola e da oração, mas também nos afastando do mal e do pecado, e nos aproximando de Deus – para festejar a vitória definitiva de Jesus Cristo sobre o pecado e a morte. Ele é Esposo, que neste tempo deseja purificar a sua prometida Esposa, que somos nós, o Corpo Místico da Igreja. “Não percamos este tempo de Quaresma, favorável à conversão!” Por fim, neste tempo da Misericórdia, peçamos a intercessão materna da Virgem Maria, a primeira que, diante da grandeza da misericórdia divina que Lhe foi concedida gratuitamente, reconheceu a sua pequenez, confessando-Se a humilde serva do Senhor”16. Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós!
Natalino Ueda, escravo inútil de Jesus por Maria.
Canção Nova
Nossa Senhora de Fátima |
A Quaresma é um tempo da oportuno para a penitência e a conversão, através de três práticas de piedade: o jejum, a esmola e a oração.
Na Quaresma, mais do que em outros tempos, somos chamados à penitência interior, como nos indicam a Sagrada Escritura e os Padres da Igreja, especialmente através do jejum, da esmola e da oração, que exprimem a conversão, em relação a nós mesmos, aos outros e a Deus. Se em suas diversas aparições, especialmente em Fátima, Nossa Senhora nos pediu insistentemente que fizéssemos penitência, muito mais as devemos fazer neste tempo propício que é a Quaresma, justamente no Ano Santo da Misericórdia.
A Quaresma é um tempo da oportuno para a penitência e a conversão, através de três práticas de piedade: o jejum, a esmola e a oração.
No decorrer do Ano Litúrgico, temos dias obrigatórios de penitência: cada sexta-feira em memória da morte do Senhor, a não ser em dias de festa e solenidades. Nos primórdios do cristianismo, além da sexta-feira, fazia-se jejum também na quarta-feira, como atesta a Didaqué, que é primeiro Catecismo da Igreja, que remonta o século I da era cristã. Além dos dias penitenciais, temos também tempos de penitência, como é o tempo da Quaresma. Estes “são momentos fortes da prática penitencial da Igreja. Estes tempos são particularmente apropriados para os exercícios espirituais, as liturgias penitenciais, as peregrinações em sinal de penitência, as privações voluntárias como o jejum e a esmola, a partilha fraterna (obras caritativas e missionárias)”.
A realidade exterior e interior do jejum
O jejum significa não somente a abstinência do alimento, mas também de outras formas de privação, para que tenhamos uma vida mais sóbria. No entanto, estas também não esgotam a realidade completa do jejum. Estas privações voluntárias são apenas “o sinal externo de uma realidade interior, do nosso compromisso, com a ajuda de Deus, de nos abstermos do mal e de vivermos do Evangelho”. Por isso, não jejuamos verdadeiramente se não nos afastamos do mal e nos alimentamos da Palavra de Deus.
Na prática, podemos deixar de comer carne, fazer jejum à pão e água, pelo menos nas sextas feiras; podemos tirar doces, refrigerantes, bebidas alcoólicas, comidas ou bebidas que são lícitas, mas gostamos muito. Mas, nosso jejum não será completo se não nos afastamos do mal que está acabando com muitas famílias e com os casais, que é a falta de amor, de diálogo, de compreensão; se não nos distanciamos das novelas, filmes, dos reality shows, músicas, jogos e outros entretenimentos mundanos que se fazem o papel do diabo (divisor) em nossos lares. Enfim, nosso jejum não será completo se não nos aproximamos do Senhor, particularmente da Palavra de Deus, do Sacramento da Penitência e da Eucaristia.
Devemos estar atentos a não praticar um jejum formal, apenas para cumprir o preceito, ou que na verdade nos “sacia” porque nos faz sentir bons, como que para aliviar a nossa consciência. Pois, o jejum só tem sentido se nos faz abrir mão das nossas seguranças, mas também se beneficiar o nosso próximo, se nos ajudar a cultivar o estilo do bom Samaritano, que se inclina sobre o irmão em dificuldade e cuida dele. “O jejum comporta a escolha de uma vida sóbria, de uma existência que não desperdiça, uma vida que não ‘descarta’. Jejuar ajuda-nos a treinar o coração para a essencialidade e a partilha. É um sinal de tomada de consciência e de responsabilidade perante as injustiças e os abusos, especialmente em relação aos pobres e aos mais pequeninos; é sinal da confiança que depositamos em Deus e na sua Providência”.
Assista ou ouça programa do Padre Paulo Ricardo sobre “A Penitência Quaresmal”:
A íntima ligação entre o jejum e a esmola
Na tradição da Igreja, a prática do jejum está ligada intimamente à esmola. A este respeito, São Leão Magno ensina em um dos seus discursos sobre a Quaresma: “Aquilo que cada cristão deve realizar em todos os tempos, agora deve praticá-lo com maiores solicitude e devoção, para que se cumpra a norma apostólica do jejum quaresmal, que consiste na abstinência não apenas dos alimentos, mas também e sobretudo dos pecados. Além disso, a estes jejuns obrigatórios e santos, nenhuma obra pode ser associada mais utilmente que a esmola que, sob o único nome de ‘misericórdia’ inclui muitas obras boas”.
Imenso é o campo das obras de misericórdia, que neste Ano Santo da Misericórdia podemos e devemos redescobrir com ardente caridade, particularmente nesta Quaresma. “Não só os ricos e abastados podem beneficiar os outros com a esmola, mas também quantos vivem em condições modestas e pobres. Assim, desiguais nos bens de fortuna, todos podem ser iguais nos sentimentos de piedade da alma”. Pois, o jejum torna-se santo através das virtudes que o acompanham, especialmente a caridade e cada gesto de generosidade, que concede aos mais pobres e necessitados o fruto da nossa privação.
A esmola e o jejum dão testemunho sempre, em todos os tempos da Igreja, de uma submissão do homem carnal e exterior ao homem espiritual e interior, que existe em cada nós. Na Palavra de Deus, o Senhor Jesus chama-nos a realizar estas obras. No entanto, é significativo que Cristo não dá tanta importância à esmola, à oração e ao jejum em si mesmos, mas indica como é preciso realizar estas obras de piedade: “Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens, para vos tornardes notados por eles. De contrário, não tereis nenhuma recompensa do vosso Pai que está nos Céus”. O Mestre nos encoraja à esmola, à oração e ao jejum. Entretanto, ordena que pratiquemos tais obras “em segredo” diante do Pai, para não perdermos o prêmio: “E teu Pai, que vê o oculto, premiar-te-á”. Dessa forma, a Quaresma é o tempo de entrar em nós mesmos, “é o período de uma particular intimidade com Deus no segredo do próprio coração e da própria consciência”.
O jejum e a esmola como as duas asas da oração
A Quaresma é um tempo privilegiado para a oração e consequentemente para o encontro com Deus. Santo Agostinho dizia que o jejum e a esmola são “as duas asas da oração”, que lhe permitem tomar mais facilmente o seu impulso e chegar até Deus. “Deste modo a nossa oração, feita de humildade e caridade, no jejum e na esmola, na temperança e no perdão das ofensas, oferecendo coisas boas e não restituindo as más, afastando-se do mal e praticando o bem, procura e alcança a paz”. Com as asas do jejum e da esmola, a nossa oração voa com segurança e é levada mais facilmente até o Céu, onde nos precedeu Jesus Cristo, nossa paz.
Sabemos que, pela nossa fraqueza, é difícil manter-nos em silêncio para nos colocar diante de Deus e adquirir a consciência da nossa condição de criaturas, que dependem d’Ele, e de pecadores, necessitados do seu amor. Por isso, na Quaresma, a Igreja convida-nos a uma oração mais fiel e intensa, e a uma prolongada meditação sobre a Palavra de Deus. A este respeito, São João Crisóstomo nos exorta: “Adorna a tua casa de modéstia e humildade, mediante a prática da oração. Torna maravilhosa a tua habitação com a luz da justiça; ornamenta as suas paredes com as boas obras, como de um verniz de ouro puro, e no lugar dos muros e das pedras preciosas, coloca a fé e a magnanimidade sobrenatural, pondo acima de todas as coisas, no auge de tudo, a oração como decoração de todo o conjunto”. Desse modo, preparamos uma moradia digna do Senhor e O recebemos numa mansão maravilhosa. Pois, Ele concederá a nós transformação da alma em templo da Sua presença.
A oração é a força de cada um de nós cristãos. “Na debilidade e fragilidade da nossa vida, podemos dirigir-nos a Deus com confiança filial e entrar em comunhão com Ele. Diante de tantas feridas que nos angustiam e que poderiam tornar o nosso coração insensível, somos chamados a mergulhar no mar da oração, que é o oceano do Amor ilimitado de Deus, para saborear a sua ternura. A Quaresma é tempo de oração, de uma prece mais intensa, mais prolongada, mais assídua e mais capaz de nos tornar responsáveis pelas necessidades dos irmãos; prece de intercessão, a fim de rogar a Deus por tantas situações de pobreza e de sofrimento”.
A Quaresma do Ano Santo da Misericórdia
A Quaresma, especialmente neste Ano da Misericórdia, é um tempo favorável para que todos possamos sair do fechamento em nós mesmos, graças à escuta da Palavra de Deus e às obras de misericórdia. “Se, por meio das obras corporais, tocamos a carne de Cristo nos irmãos e irmãs necessitados de ser nutridos, vestidos, alojados, visitados, as obras espirituais tocam mais diretamente o nosso ser de pecadores: aconselhar, ensinar, perdoar, admoestar, rezar. Por isso, as obras corporais e as espirituais nunca devem ser separadas”. Com efeito, é precisamente quando tocamos no miserável a carne de Jesus crucificado, que nós podemos receber, em dom, a consciência de ser também um pobre mendigo.
Nestes exercícios quaresmais, podemos também nos identificar com os “soberbos”, os “poderosos” e os “ricos”, que a Virgem Maria menciona no Magnificat, e perceber que somos pecadores, imerecidamente, amados por Jesus Cristo, por nós crucificado, morto e ressuscitado. Somente neste amor temos a resposta àquela sede de felicidade e amor infinitos, que iludidos pensamos poder saciar através dos ídolos do saber, do poder e do possuir. Todavia, permanece sempre o perigo de que, sem nos reconhecer – os soberbos, os ricos e os poderosos – por causa do fechamento para Cristo, que no pobre, no fraco, no necessitado, continua a bater à porta do nosso coração, acabemos por nos condenar, precipitando-nos naquele abismo eterno de solidão que é o inferno.
Neste tempo de graça, preparemo-nos da melhor maneira – através do jejum, da esmola e da oração, mas também nos afastando do mal e do pecado, e nos aproximando de Deus – para festejar a vitória definitiva de Jesus Cristo sobre o pecado e a morte. Ele é Esposo, que neste tempo deseja purificar a sua prometida Esposa, que somos nós, o Corpo Místico da Igreja. “Não percamos este tempo de Quaresma, favorável à conversão!” Por fim, neste tempo da Misericórdia, peçamos a intercessão materna da Virgem Maria, a primeira que, diante da grandeza da misericórdia divina que Lhe foi concedida gratuitamente, reconheceu a sua pequenez, confessando-Se a humilde serva do Senhor”16. Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós!
Natalino Ueda, escravo inútil de Jesus por Maria.
Canção Nova
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